“Não vamos recuar”: Quem é o democrata da camiseta do Malcolm X que enfrentou a fúria dos fascistas na Paulista

Você acha que a gente vai recuar? Não vamos recuar, não vamos. Veja o vídeo abaixo.

Émerson e o ucraniano, que mostra o dedo do meio enquanto o brasileiro diz que não recuará. Foto: Reprodução DCM
Por Joaquim de Carvalho

O homem que apareceu em vídeo desafiando os fascistas  na avenida Paulista e recebeu apoio de influenciadores como Felipe Neto é conhecido como Émerson Zé do Coco ou Émerson Osasco.

Formado em análise de sistemas, tem pós-graduação em engenharia de software, e é lutador profissional. Em sua página no Facebook, se define assim: “Alguém que acredita no futuro”.

Eduardo estava com a camisa de Malcolm X e máscara preta quando se postou diante do fascista para gravar um vídeo em que apontava para o agitador com a bandeira do movimento nazista da Ucrânia e dizia:

— Você acha que a gente vai recuar? Não vamos recuar, não vamos. Veja o vídeo abaixo.

Ele foi então cercado por manifestantes de extrema direita, inclusive pelo brucutu que desfila com a bandeira na Ucrânia nessas manifestações.

Felipe Neto viu as imagens e postou:

Alguém avise a este homem que pode contar comigo para TUDO. Alguém sabe quem é?

Uma das imagens mais fortes de resistência q já vi na vida.

NÓS VAMOS VENCER OS FASCISTAS E NAZISTAS!!!

O próprio Émerson se apresentou e explicou o que aconteceu:

Sou eu nesse vídeos, confesso que foi difícil, fui chutado, esmurrado, cuspido passei pelas coisas mais baixas e covardes.

Mas eu tinha que mostrar pro mundo que são essas pessoas e o que elas querem.

Tô furioso mas feliz por ter contribuído de alguma forma.

Émerson divulgou outros vídeos no ato pela democracia, antes que a PM de Doria cumprisse o papel de tropa bolsonarista e, protegendo provocadores como a Cristina Rocha, a mulher do bastão, atacasse os manifestantes com bombas de gás e os expulsasse da Paulista.

O ultradireitista que desfila com a bandeira da Ucrânia ainda não foi identificado, mas ele também se manifestou durante o ato. Embora fale bem em português, conta uma história de que é herói da guerra da Ucrânia e repete a ladainha da Embaixada da Ucrânia segundo a qual a bandeira é um antiga (tem séculos) e não guarda vinculação com neonazistas.

Mentira. Todo documentário mostra que o símbolo do tridente que aparece na bandeira é usado pelos ultranacionalistas ucranianos que defendem a eliminação dos oponentes.

O provocador com a bandeira conta que não consegue viajar de volta para seu país em razão da pandemia, que gerou a suspensão da venda de passagens.

Enquanto isso, na hipótese de que fale a verdade, ajuda os bolsonaristas no projeto de “ucranização” do Brasil, como defende parte do segmento que vai para as ruas pregar o fechamento do STF e do Congresso Nacional, com a proposta golpista de “intervenção militar com Bolsonaro”.

Veja os vídeos e tire você as conclusões:

O ucraniano se manifesta a partir dos 7 minutos, com ataques a Doria e a Bruno Covas.

Abaixo a foto dele com a bandeira que tem o símbolo da Pravy Sektor, o grupo ultranacionalista ucraniano, de inspiração nazista:

A bandeira da Pravy Sektor também foi colocada com destaque no caminhão de som que os manifestantes levaram para a Paulista:

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