Milícia nos EUA mobiliza “patriotas armados” para vigiar fronteira com México

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Diante da crise humanitária provocada pelo aumento do número de crianças sozinhas ou de famílias inteiras que tentam imigrar da América Central para os Estados Unidos, um grupo de norte-americanos identificado como “patriotas” fez um chamado para as pessoas irem à fronteira com o México no Texas para integrar uma milícia civil chamada “Proteja nossa fronteira – setor Loredo”.

Os milicianos criticam a atitude do presidente Barack Obama com relação à grande quantidade de pessoas que conseguem atravessar do México para os Estados Unidos. “O presidente Obama não está fazendo nada além de falar sobre reforma e anistia”, diz um texto publicado no site Capitalism Institute.

A porta-voz do grupo, Denice Freeman, disse ao jornal Brownsville Herald que a operação é um chamado para membros civis — armados ou não — protegerem a propriedade privada na região de Loredo e do Texas, onde os proprietários estariam sendo ameaçados por “cartéis de drogas e gangues, particularmente a salvadorenha MS-13”.

Freeman enfatizou que a operação não tem como objetivo incentivar as pessoas ao uso da violência. “Isso será realizado com o maior profissionalismo e segurança para todos os envolvidos”, disse.

As afirmações da porta-voz, no entanto, contradizem as declarações do comandante da operação, Chris Davis. De acordo com o Brownsville Herald em um vídeo postado no YouTube no dia 14 de junho, mas retirado do site, Davis diz o que fazer caso um miliciano encontre um imigrante sem documento: “você vê um ‘ilegal’. Você aponta sua arma para ele, exatamente entre seus olhos, e diz ‘volte para a fronteira ou você será morto’”.

O xerife do condado de Hidalgo, na região fronteiriça, Eddie Guerra, afirmou que a autonomeada milícia não é necessária na região. “Nós não precisamos desse serviço em nossa fronteira. Se precisássemos, eu tenho certeza de que nós teríamos gente capacitada suficiente no condado de Hidalgo e poderíamos chamá-las”, assegurou ao jornal local.

Crise humanitária

No último dia 30, Obama pediu ao Congresso poderes adicionais para poder enviar de volta os menores que tentam entrar no país sem autorização.

Somente no ano passado mais de 24 mil crianças mexicanas foram detidas ao cruzar a fronteira rumo aos Estados Unidos. Em 2014, o número pode ser superior a 60 mil, segundo estimativa do Departamento de Segurança Nacional.

De acordo com o senador mexicano Juan Carlos Romero Hicks, o êxodo massivo de crianças centro-americanas é reflexo da violência vivida na América Central e no México e precisa ser tratado com urgência em escala regional.

Crianças e jovens geralmente fogem de gangues como a MS-13 —abreviação para Mara Salvatrucha — grupo que tem origem em Los Angeles e é hoje um dos grupos mais perigosos de El Salvador, com atuação em quase toda a América Central, além de Canadá, Estados Unidos e México.

Foto: Reprodução/Opera Mundi

Fonte: Opera Mundi

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