Cristovam e Lúcia Vânia: Impeachment, SIM!

A sessão, que durou quase três horas, repetiu o clima tenso de ontem e foi marcada por acusações de censura (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Por Hylda Cavalcanti.

Brasília – As duas surpresas do dia de ontem (4), na sessão da comissão especial que aprovou o parecer pró-impeachment, foram as manifestações dos senadores Lúcia Vânia (PSB-GO) e Cristovam Buarque (PPS-DF), que vinham demonstrando dúvidas quanto ao posicionamento e terminaram sendo favoráveis ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Eles provocaram protestos e declarações de parlamentares contra o impeachment, que disseram ter ficado”indignados”, como Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Por 14 votos a 5, a comissão aprovou o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG), pelo afastamento.

“Voto com a minha consciência e sem medo do julgamento que farão sobre minha conduta, porque acho que não há golpe e este Senado não é quartel”, afirmou Buarque, que não votou ontem. O senador não integra a comissão, mas fez questão de comparecer à sessão para antecipar a forma como se manifestará durante a votação no plenário.

“O senhor nos decepciona, senador. O senhor ficará marcado negativamente na história por essa decisão”, rebateu Lindbergh. “O que está acontecendo é um golpe sim. Um golpe branco sem armas e sem tanques de guerra nas ruas e os que estão votando pelo impeachment são responsáveis por isso”, acrescentou Costa, em resposta a Cristovam Buarque, que já foi governador do Distrito Federal pelo PT.

A sessão, que durou quase três horas, repetiu o clima tenso de antes de ontem e foi marcada por acusações de censura a termos usados pelos parlamentares nas notas taquigráficas, discussões sobre a leitura de requerimentos antes do anúncio do resultado, definições sobre o fato de ser ou não golpe o processo de afastamento da presidenta e citações ao relatório como documento fraudulento. No total, 20 senadores se manifestaram ao microfone. Apenas o presidente, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), não votou – prerrogativa que só lhe competiria se houvesse empate.

Os parlamentares contrários ao impeachment saíram da comissão levantando mini cartazes com as frases”Sem golpe, pelo fortalecimento da democracia, volta Dilma”. Os senadores que foram ministros do governo Dilma Rousseff e hoje decidiram pelo afastamento da presidenta não conseguiram esconder o constrangimento, mesmo se manifestando para argumentar os motivos pelos quais adotaram suas posições.

A comissão se reunirá novamente à tarde, por volta das 14h30. Desta vez, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que tem o objetivo de discutir detalhes sobre os procedimentos a serem adotados durante a votação do processo no plenário do Senado.

Fonte: RBA.

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