Começa o plantio de feijão, mandioca e abóbora no acampamento Marcelino Chiarello, em Xanxerê – SC

Por Claudia Weinman, para Desacato. info. 

Quando falou-se pela primeira vez em começar uma vida nova, não era sátira. As famílias que fazem parte do acampamento Marcelino Chiarello, em Xanxerê – SC, iniciaram essa segunda-feira, dia 19 de setembro de 2016, o plantio de feijão, mandioca e abóbora, alimento da terra, para dar sustento aos militantes, homens, mulheres, crianças, idosos. Todos/as desejam cuidar da terra mãe, retribuindo à ela, os benefícios que há longos anos, ela proporciona ao seu povo.

Não é mera utopia, não é apenas sonho, desse que faz parte também de todo processo revolucionário de vida, de reconstrução, de subsistência. Mas essa luta vem firmando-se em Xanxerê, desde a ocupação na madrugada de 04 de junho de 2016 ainda no município de Guatambú, próximo de Chapecó-SC, na conhecida Floresta Nacional.

Houve uma tentativa de iniciar a vida por lá, mas as famílias tiveram que sair. Foram acolhidas por camponeses/as no interior até a ocupação que ocorreu no dia 22 de agosto de 2016, em Xanxerê, na linha Vargem Bonita. Agora, os planos começam a ganhar mais força. No olhar dos Sem Terra, percebe-se o sentimento de conquista, de vontade, de querer viver nessa terra, que pertence ao instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas estava sobre o controle de uma empresa que está inadimplente há vários anos.

Amanhã, terça-feira, dia 20 de setembro, acontecerá uma audiência entre representantes dessa empresa, Incra e as famílias Sem Terra, em Xanxerê. Segundo informações repassadas pela direção do Movimento, trata-se de uma audiência conciliatória. Vamos aguardar o dia de amanhã para acompanhar de perto essa luta, que envolve vidas, sonhos, o presente, o futuro de gerações diferentes, que caminham sobre a mesma viela. Enquanto isso, celebramos juntos/as o começo do plantio, da vida nova, da unidade. Celebramos a resistência dos/as trabalhadores/as.

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