Brasil: Mal-estar em sentença de crime contra ambientalistas

brasil_flagBrasília, 5 abr (Prensa Latina) A absolvição de um dos acusados do assassinato de um casal de ambientalistas da Amazônia brasileira pela justiça do estado do Pará, norte do país, gerou protestos e mal-estar entre camponeses e membros de organizações sociais.

Depois de conhecer-se o veredito que libertou da acusação de assassinato a José Rodrigues Moreira, que teria ordenado o homicídio, centenas de camponeses e integrantes do Movimento Sem Terra culparam a justiça de estar em cumplicidade com o indultado e lançaram pedras contra o local onde se realizou o julgamento.

As pessoas queimaram pneus e enfrentaram a Polícia, que dispersou ontem à noite o protesto.

O sacerdote Amaro Lopes, coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), declarou que as pessoas se indignaram com a libertação de Rodrigues Moreira e manifestaram depois sua ira.

Criticou que esta absolvição constitui um precedente negativo, que propicia a continuação da impunidade e as mortes de camponeses que não desejam abandonar a terra.

O tribunal condenou a 45 anos de prisão a Alberto Lopes do Nascimento ao ser declarado culpado da morte de Maria e José Cláudio da Silva, enquanto Lindonjonson Silva Rocha foi sentenciado a 42 anos e oito meses de encarceramento por seu envolvimento nesse crime.

Maria e Cláudio da Silva foram assassinados a tiros em 24 de maio de 2011 quando viajavam numa moto por Nova Ipixuna, localidade próxima Marabá, localizada a uns 530 quilômetros ao sudeste de Belém, capital do estado.

O casal denunciou também a devastação ilegal de árvores que ocorria na região, ordenada por poderosos interesses interessados em obter dinheiro da venda de madeira e utilizar as zonas desmatadas para cultivar soja.

Ana Maria Magalhães de Carvalho, patrocinadora deste caso, anunciou que apelar à decisão de libertar Rodrigues Moreira, porquanto as evidências apresentadas eram suficientes para condená-lo.

Afirmou que o absolvido comprou terrenos ocupados por trabalhadores rurais, tratou de desalojá-los e como não pôde, ordenou matar em 2011 Maria e Cláudio da Silva.

Antes de que fosse conhecida a sentença, a secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, solicitou um castigo exemplar contra os três acusados deste crime.

Segundo organizações sociais, depois do assassinato desse casal ocorreram outros 10 crimes em menos de três meses na região amazônica e a maioria se registraram no Pará, um dos territórios mais violentos do país.

Estatísticas oficiais revelam que o número de assassinados por conflitos de terras cresceu 10,3 por cento no Brasil entre 2011 e 2012.

tgj/lgo/bj

Modificado el ( viernes, 05 de abril de 2013 )

Fonte: http://www.prensalatina.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1279211&Itemid=1

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