Zelensky proíbe partidos de esquerda e opositores, mas mantém neonazistas

Em vídeo, Zelensky anunciou que proibiu atividades de 11 partidos que, segundo ele, são pró-Rússia. Siglas neonazistas Svoboda e o Pravyi Sektor foram mantidas.

Por Plínio Teodoro.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou um vídeo na noite deste sábado (19) em que anuncia a proibição da atuação de 11 partidos políticos no país, todos eles de esquerda ou que fazem oposição ao governo, considerados por ele como pró-Rússia.

“Qualquer atividade por parte de políticos que vise dividir a sociedade ou colaborar com o inimigo não terá sucesso. Mas eles enfrentarão uma resposta dura. É por isso que o Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia decidiu que, dada à guerra em grande escala que está sendo travada com a Federação Russa e os laços que algumas organizações políticas têm com esse Estado, atividades de vários partidos políticos serão suspensas até o fim da lei marcial”, disse Zelensky.

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Entre as siglas banidas estão Oposição de Esquerda, União de Forças de Esquerda, Partido Socialista Progressivo da Ucrânia e Partido Socialista da Ucrânia.

Zelensky, no entanto, manteve em operação partidos políticos de ultradireita com ligação íntima com grupos neonazistas, como o Svoboda e o Pravyi Sektor.

O Svoboda usa como insígnia o símbolo Wolfsangel (gancho de lobo, em tradução livre) invertido, que é associado ao nazismo e tem sua origem no Partido Social-Nacional da Ucrânia.

Desde o início da guerra, Zelensky iniciou uma perseguição a grupos de esquerda no paísComunistas foram presos e podem ser executados.

Em maio de 2014, um episódio ficou conhecido como “Massacre na Casa dos Sindicatos“, quando grupos neonazistas, que estavam em ascensão na Ucrânia após o Euromaidan (levante que derrubou o governo de Viktor Yanukovych, que era pró-Rússia) ateraram fogo em um prédio sede de organizações sindicais e do comitê regional do Partido Comunista da Ucrânia.

No ataque, 39 pessoas morreram carbonizadas. Entre as vítimas está o jovem militante comunista Vadim Papura, que tinha 17 anos.

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