Por Pamela Oliveira.
Ela reside na capital paulista há 16 anos, mas suas raízes estão fincadas em Camaçari, no recôncavo baiano. Xênia Érica Estrela França, ou apenas Xênia França, é uma cantora e compositora, filha de operários petroleiros, que tem alcançado altos voos em um breve tempo de carreira.
Ex-modelo, Xênia adentrou ao meio musical em 2008 e a partir de 2011 fez parte do grupo paulistano Aláfia. Em 2017, a cantora lançou seu primeiro álbum solo, cujo sucesso projetou-a nacional e internacionalmente, levando-a dividir palco com o artista Seal e a ser eleita pelo jornal estadunidense The New York Times como uma das melhores performances da 17ª edição do festival novaiorquino Globalfest.
Com o álbum Xênia, a cantora foi indicada ao Grammy Latino de 2018 na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo, enquanto uma das faixas compostas por ela, a música “Para que me chamas?”, ficou entre as indicações do Grammy na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa. A versão para videoclipe contou com a direção de Fred Ouro Preto, conhecido por dirigir clipes de rappers como Emicida e Projota.
Xênia é a primeira pessoa de sua família “a fazer escolhas pautadas em seus sentimentos e sua visão de mundo”. Em uma conversa com o Brasil de Fato realizada no quilombo urbano e Centro Cultural Aparelha Luzia, a cantora fez avaliações sobre sua trajetória e refletiu a respeito da ancestralidade negra, e sobre como as influências afrofuturistas permeiam sua produção artística.
“Enxergo meus colegas em atualização e sendo a ancestralidade agora. Tudo o que já foi feito está sendo acionado e exercido agora, numa tentativa da gente conseguir planejar o nosso futuro que, até outro dia, ou em muitas realidades, é uma perspectiva ainda bastante remota”, analisa.
A musicista falou ainda sobre como sua arte funciona como um portal para expressão de seus sentimentos e pensamentos sobre si mesma e sobre a sociedade. “Eu vejo que estou ressignificando a minha existência”, declara.
Confira a entrevista na íntegra: