Receita de Verônica Loss, e a sobremesa de poesia de Michel Croz Martins.
Xarope (adapte com os ingredientes que você tiver em casa)
Xarope é coisa boa. Tão bom que chega a ser gostoso. Desde que aprendi a fazer, a uns vinte anos atrás, não passo nenhum inverno sem.
– Prova
– Ahh, que delícia!
– É uma colherada só, três a quatro vezes ao dia! – Digo ao Michel, colocando limites nos seus olhos codiciosos, fixados no vidro que ficou pronto hoje.
Xarope caseiro não serve pra diabéticos. Quem quer baixar de peso tem que consumir com muita moderação, tem açúcar. Açúcar queimado, que é expectorante, de preferência mascavo ou demerara. Na mesma proporção de mel de boa qualidade. É essa mistura doce e viscosa pode ser base e veículo pra qualquer remédio fitoterápico.
O jeito de fazer pode variar. Na minha receita sempre vai gengibre e cravo da índia, queimando bem devagarinho com o açúcar. Quando vira caramelo, acrescento um pouco de água e deixo ferver uns dez minutos em fogo baixo. Apago e coloco os yuyos. Hoje coloquei arrayán e menta. Deixo tapado até ficar morninho e passo pela peneira. Depois coloco o mel e uma colherinha de cúrcuma em pó, que desintoxica e aumenta a imunidade. Como último ingrediente, uns 20ml de tintura de ginseng, que levanta tudo, até o astral.
Tudo isso num vidro com boa tampa e agitar. Agitar e agitar. Também a cada vez antes de tomar. A energia do agito também vai participar do processo de curar.
Gente, juro pelas deusas, isso é mais eficiente que vacina.
Do livro “Panelas y Palabras”.