Witzel admite colapso da saúde no RJ e diz estudar reabertura do comércio

O governador ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro por colaborar para desinformar a população e incentivar a ida das pessoas às ruas.

Foto: Marcelo Camargo

O governador do Rio de Janeiro, Wilzon Witzel, admitiu que a rede estadual de saúde do Rio de Janeiro chegou ao colapso por conta da pandemia do coronavírus. A declaração foi dada na terça-feira 28, em entrevista ao site O Antagonista, transmitida pela internet. Segundo o governador, há mais de 300 pessoas aguardando uma vaga de CTI de hospitais da rede pública.

Durante a entrevista, Witzel criticou o presidente Jair Bolsonaro por “colaborar para desinformar a população” e incentivar a ida das pessoas às ruas, o que prejudicou no enfrentamento ao coronavírus.
“Enfrentamos aquela discussão com presidente da República Jair Bolsonaro, que fez a primeira manifestação em cadeia de rádio e TV dizendo era uma gripezinha e que algumas pessoas iriam morrer. O  problema não são algumas pessoas, mas milhares de pessoas. Pior de tudo é que não é uma gripezinha, é uma doença extremamente grave e traiçoeira”, criticou o governador. Witzel foi infectado pelo coronavírus.

Ainda durante a entrevista, o governador avaliou a situação do isolamento na capital, Baixada Fluminense e favelas do Rio de Janeiro. “Hoje nós temos em torno de 30% da população nas ruas. Estamos no colapso da saúde já. Se formos liberar mais alguma atividade, quanto isso vai impactar nos transportes? Isso vai aumentar de 30% da população nas ruas para 50%. Isso corresponderá a quanto? É difícil de calcular porque não sabemos quanto serão contaminados e quantos precisarão estar no hospital”, declarou.

Witzel, no entanto, admitiu que uma retomada do comércio, em espécie de rodízio por CNPJ, está sendo estudada, e que a previsão é que essa abertura possa acontecer na segunda quinzena de maio, após todos os hospitais de campanha ficarem prontos.

“Estamos levantando se isso é viável, estudando para abrir a economia sem ter o impacto muito grande sobre as pessoas. Não há uma fórmula. A ideia mais próxima é fazer algum tipo de abertura após todos os hospitais de campanha prontos, o que seria na segunda quinzena de maio — diz Witzel, destacando que 70% da população economicamente ativa estão na Região Metropolitana. — Não teremos hospitais para atender essa demanda. Mas temos que minimamente aos poucos fazer a abertura econômica. Mesmo com todos os hospitais instalados não podemos fazer abertura muito ampla”.

O Estado do Rio de Janeiro tem 738 mortos por coronavírus e mais de 8 mil casos confirmados.

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