Por Rômulo Moreira.
Hoje, 19 de junho, Chico Buarque completou 77 anos, e um bem enorme à Música Popular Brasileira e para a literatura brasileira.
Ele não tem um vozeirão, mas ninguém canta Chico como Chico. E nunca haverá alguém que o faça. Um seu show é algo indescritivelmente belo.
Ele é um artista inigualável, um homem com uma sensibilidade à flor da pele. Um intérprete de suas próprias canções como poucos existem!
E canta as mulheres como se fosse uma delas. Canta um homem apaixonado com uma tal beleza difícil de acreditar que seja possível amar tanto assim.
Canta o amor. Mas ele canta também a prostituta, o travesti, o operário, o pobre, o excluído, o pivete, o bandido, a polícia, os amantes, as amantes…
Ele canta o Brasil, o Rio, as Escolas de Samba, o Carnaval, o cotidiano, as cidades…
Tudo que ele escreve é maravilhoso.
Chico é imprescindível para o Brasil e para a nossa música, porque ele é o máximo!
Teve a coragem cívica de enfrentar a ditadura militar. Fê-lo com as armas de que dispunha. E de que forma mais bonita ele o fez.
Custou-lhe o exílio. Mas na Itália, ainda que triste, continuou compondo lindamente. E fez coisas belíssimas.
Chico, definitivamente, é o máximo! Quase uma unanimidade nacional…
Chico é um grande escritor brasileiro também. Poderia estar na Academia Brasileira de Letras. Há cadeira ali para ele.
Chico também é um grande cidadão brasileiro: digno e engajado; corajoso e preocupado com as nossas coisas, com o nosso povo e com o nosso destino.
E também é um grande amigo e parceiro: fiel e solidário; amável, afável e generoso.
E tem um grande senso de humor: é divertido, alegre e brincalhão.
E gosta – e joga bem! – de futebol. O seu time é o Fluminense.
Mas tem também o Politheama, o time que nunca perdeu:
“Politheama, Politheama
O povo clama por você
Politheama, Politheama
Cultiva a fama de não perder”
(diz o hino composto pelo próprio Chico)
Ah! Chico, se todos fossem iguais a você, que bom seria.
Rômulo de Andrade Moreira, Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia e Professor de Direito Processual Penal da Universidade Salvador – UNIFACS.
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