Denunciar um crime todos podem fazer, mas por que poucos fazem? E quando o crime é com um animal o índice de ‘engajamento’ é ainda menor.
Não é difícil ouvir pessoas dizendo que amam os animais – obs: elas estão falando apenas de de cão e gato. E mesmo somente com este nicho, quando outro animal – que não seja o seu ou algum que ela tenha muita afeição – sofre por alguma atitude humana, esse amor é abafado.
A pergunta é: essa pessoa tem medo do quê? A lei ampara que você entre dentro de uma propriedade privada para impedir um crime. Não dar comida, água, deixar o animal doente, bater no animal e diversas outras atrocidades são crimes e qualquer pessoa pode denunciar. Mas a maioria não faz. E é neste momento que entram os protetores: “VOCÊ que gosta tanto de bicho deveria ver a situação do cachorro do fulano de tal que fica amarrado e está muito magro”.
O discurso é antigo, mas se repete diariamente em muitos cantos do Brasil. Desculpas é que não faltam neste momento. E uma delas é que VOCÊ pode ajudar mais do que ela. É claro que nem todos gostam de animais da mesma forma, e a maioria se importa mais com o ter o animal do que com as necessidades dele. Mas as atrocidades cometidas com os animais ainda é aceitável para muitos e os crimes contra eles ficam impunes.
O fato é que as pessoas também têm medo de denunciar quando o crime é com humanos. “Ele sempre bate nela. Mas deixa que eles se resolvem”, dizem. A banalidade do crime, da violência tem se tornando comum. É ‘comum’ ver pessoas mortas, favelas pegarem fogo, homens e mulheres passando fome,… O terror, a falta de amor ao próximo (seja para com o animal e humano) contagiou a sociedade. O ter está acima do ser e o resto é o resto.
Uma simples atitude como ‘fingir’ que não ouve o grito do cão espancado se une a diversas atitudes iguais de pessoas que não querem sair da zona de conforto. O resultado nós vemos todos os dias na mídia e ouvimos nas conversas.
Muita coisa já mudou quanto aos direitos dos humanos e não-humanos. Mas não dá para ficar parado. As pessoas precisam se mexer para que mudanças significativas realmente aconteçam. Se você ver um ato de injustiça e diferença faça algo.
A ideia exposta aqui não é sair denunciando sem ter certeza do que realmente está acontecendo. Observe e investigue. Sempre que possível, converse com o susposto agressor, destacando a importância da valorização da vida (independente da forma). Seja sempre educado e objetivo.
A própria ANDA elaborou um guia bem completo, explicando como fazer para denunciar crimes relacionados aos animais. Acesse http://www.anda.jor.br/wp-content/themes/anda2011/downloads/manual_ANDA.pdf .
Faça você também a diferença por um mundo mais justo.