Pela primeira vez na história da Colômbia, a esquerda vence as eleições presidenciais. O candidato Gustavo Petro, do Pacto Histórico, conquistou o segundo turno do pleito realizado neste domingo (19/06) e foi eleito presidente do país.
Com mais de 99% das urnas apuradas, o representante da coalizão que reúne diversas legendas progressistas recebeu 50,48% dos votos e derrotou o direitista Rodolfo Hernández, da Liga de Governadores Anticorrupção, que conquistou 47,26%, segundo a contagem rápida do Registro Nacional da Colômbia.
Petro tomará posse no dia 7 de agosto. Para conquistar a eleição, era necessário obter maioria simples (metade mais um) dos votos válidos.
Pelo Twitter, o líder do Pacto Histórico disse que este domingo é um ‘dia de festa para o povo”. “Que seja celebrada a primeira vitória popular. Hoje é o dia das ruas e praças”, disse.
Já Iván Duque, que agora será substituído por Petro na Presidência colombiana, confirmou que ligou para o vencedor do segundo turno. “Acertamos de nos reunir para iniciar uma transição harmônica, institucional e transparente”, afirmou.
Quem é Petro?
Nascido em Ciénaga de Oro, Córdoba, em 19 de abril de 1960, Petro tão logo se mudou com a família para Zipaquirá, local que se envolveu com atividades sindicais e culturais, como a elaboração do jornal Carta Al Pueblo e o centro cultural Gabriel Garcia Márquez, além de ter integrado, em 1977, o grupo guerrilheiro Movimento 19 de Abril (M19).
Após exercer o cargo de diplomata no governo de Ernesto Samper, Petro entra de vez na política, se elegendo deputado, senador, prefeito de Bogotá e a primeira tentativa de chegar à Presidência colombiana.
No Senado, Petro compôs o grupo de oposição ao governo do ex-presidente Álvaro Uribe, apontando o vínculo do então mandatário com o paramilitarismo e o narcotráfico no país.
Não por acaso, sua liderança nas pesquisas de intenção de voto neste ano foi vista como uma possível guinada política no país. No entanto, “mudar a Colômbia”, como defende Petro, não é um caminho tranquilo. Por conta de tal postura, o candidato à Presidência chegou a suspender temporariamente sua agenda eleitoral devido às ameaças de morte e atentados que sofreu.