Por Elaine Tavares.
Diante do desmonte de todos os direitos dos trabalhadores conquistados à custa de muita luta, se há um debate urgente a fazer no Brasil é o que trata do capital-imperialismo. Essa é uma categoria de análise trabalhada pela professora Virgínia Fontes no seu livro que leva o mesmo nome. Essa expressão, capital-imperialismo, busca capturar o movimento do capital depois da segunda grande guerra que aprofundou e alterou os traços fundamentais do imperialismo, categoria formulada por Lenin.
Segundo Virgínia, a extrema violência de classe se perpetua e se duplica na medida em que o capital gera um exaustivo processo de convencimento da classe trabalhadora sobre ser o capitalismo o único modo de produção possível, e mais, que ele é bom. Ela mostra assim que a violência da classe dominante não se expressa apenas com tanques e armas físicas – como sempre fez – mas se sofistica também através de um exército de pessoas que atuam como “tanques de pensamento” – filósofos, cientistas sociais, jornalistas etc… – e que disseminam, incessantemente, a ideologizada sedução do capital.
O livro “O Brasil e o capital-imperialismo” é um musculoso esforço de pensar a realidade brasileira, no melhor estilo do método marxista, que é o de mirar a aldeia. Nele, Virgínia analisa as condições da luta de classes no Brasil contemporâneo, a ação repressiva do estado, o aumento dos aparelhos privados geradores de ideologia e hegemonia, as múltiplas formas de expropriação da riqueza gerada pelo trabalhador. Sua leitura é vital para o enfrentamento da realidade contemporânea.
Para discutir esse tema, que é essencial no entendimento do processo político que vivemos nos dias atuais, o Instituto de Estudos Latino-Americanos traz a historiadora e filósofa Virgínia Fontes, que debaterá sobre a crise brasileira e a luta de classes.
A discussão acontece na aula magna do IELA, que se realiza no dia 24 de abril, às 18h30min, no Auditório do CSE.
Uma pensadora do quilate de Virgínia Fontes não apenas permite o aprofundamento teórico sobre o nosso tempo, mas também oferece ferramentas analíticas que permitem ao movimento dos trabalhadores uma maior eficácia na formulação de propostas para a superação da dramática situação que vive o país. Como diria Che Guevara: estudar, estudar e estudar. Esse é um esforço do qual não pode se omitir a classe trabalhadora. Só conhecendo o monstro é possível vencê-lo.