Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.
(Português/Español).
Por falar ou por calar, por denunciá-lo ou por exculpá-lo, por sonhar ou por se resignar, nunca haverá de faltar até que o impeçamos, o insulto, a ameaça, a pancada de um macho despeitado e violento.
Por sair ou por ficar, por obediente ou por insubmissa, por forte ou por vulnerável, nunca haverá de faltar enquanto o consentirmos, a discriminação, a violação, a violência machista.
Porque é por ser mulher que é marginada, excluída, morta.
E isso acontece com a conivência de uma justiça que descarrega de culpa o acusado com o pretexto de ter sido provocado; com a cumplicidade da mídia que continua amparando em crônicas e titulares os chamados crimes passionais; com a indolência de uma Igreja que não tem mais propostas que rezar e se arrepender; com o beneplácito de um Estado que sempre dá um jeito para encontrar alguma nova prioridade em que dispor políticas e recursos; e com a indiferença de uma sociedade que segue sem demandar respostas porque, em sua triste ignorância, nem sequer tem consciência da mais terrível tragédia que afeta seu desenvolvimento e sua convivência.
Versão em português: Tali Feld Gleiser.
Violencia machista
Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.
Por hablar o por callarse, por denunciarlo o por exculparlo, por soñar o por resignarse, nunca ha de faltar hasta que lo impidamos, el insulto, la amenaza, el golpe de un macho despechado y violento.
Por salir o por quedarse, por obediente o por insumisa, por fuerte o por vulnerable, nunca ha de faltar mientras lo consintamos, la discriminación, la violación, la violencia machista.
Porque es por ser mujer que se la margina, que se la excluye, que se la mata.
Y ello ocurre con la connivencia de una justicia que descarga de culpa al acusado so pretexto de haber sido provocado; con la complicidad de unos medios de comunicación que siguen amparando en crónicas y titulares los llamados delitos pasionales; con la indolencia de una Iglesia que no tiene más propuestas que rezar y arrepentirse; con el beneplácito de un Estado que siempre se las ingenia para encontrar alguna nueva prioridad en la que disponer políticas y recursos; y con la indiferencia de una sociedad que sigue sin demandar respuestas porque, en su triste ignorancia, ni siquiera tiene conciencia de la más terrible tragedia que afecta su desarrollo y su convivencia.