Violência bateu recorde na eleição municipal. Por Altamiro Borges.

Imagem: TSE

Por Altamiro Borges.

Levantamento produzido pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel-Unirio) confirma que o pleito municipal deste ano registrou um número recorde de casos de violência política no país. Foram ao menos 338 episódios de julho a setembro, faltando contabilizar a reta final do segundo turno das eleições.

Mais da metade dos casos foi de violência física, como o que vitimou o prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos), na sexta-feira passada (18). Candidato à reeleição, ele foi atingido por tiros no ombro quando estava dentro de um carro e segue internado. Entre os casos de violência política registrados pelo Giel-Unirio, 88 constituem atentados, com 55 casos em que o alvo sobreviveu e 33 em que foi morto pelo agressor.
O estudo considera episódios de violência cometidos contra políticos com e sem mandato – o que inclui vereadores, prefeitos, secretários, governadores, candidatos e ex-ocupantes de cargos públicos. Casos de violência contra eleitores não são contabilizados. Lideranças sem cargo representam a maior parte (166) dos alvos nesta campanha. Entre as maiores vítimas, estão homens (71%), pessoas de 40 a 59 anos (52%) e com ensino superior (61%).

O estado de São Paulo liderou no número de casos de violência, com 58 episódios entre julho e setembro. Vinte e cinco partidos de todos os espectros políticos foram atingidos, com União Brasil, PT e MDB à frente na lista. Ainda segundo a pesquisa, 2024 superou as eleições passadas em número de casos de violência. Foram 263 episódios em 2022, ano marcado pela disputa presidencial. Já nas eleições municipais de 2020, foram 235 casos.

Vários fatores explicam a disparada da violência nas eleições municipais deste ano. Mas, como apontam vários estudos, a principal causa é a intolerância política difundida pela extrema-direita nos últimos anos. Há também uma ação conjunta com grupos criminosos, como as milícias no Rio de Janeiro e o PCC em São Paulo.

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