Por Luisa Fragão.
Em 22 de março de 2020, dias após a primeira morte por Covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro apostou na previsão de que a pandemia deixaria menos de 800 mortos no país. O número, no entanto, é muito inferior aos mais de 294 mil óbitos confirmados da doença um ano depois.
Em vídeo compartilhado pelo mandatário nas redes sociais, Bolsonaro compara as mortes por Covid-19 com as de H1N1. “O número de pessoas que morreram de H1H1 no ano passado foram (sic) na ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, arriscou, em março.
Nesse dia 22 de março faz 1 ano do presidente da república oficialmente afirmando que "só" 800 pessoas morreriam de Covid no Brasil. Desde então, morreram aqui de Covid em média mais de 800… POR DIA. É o Sabotador da República. Jamais esqueceremos.pic.twitter.com/gih37QxF0p
— Thomas Conti (@ThomasVConti) March 22, 2021
Na época, o Brasil já tinha 1.546 casos de pessoas contaminadas e 25 óbitos. Em relação aos dados divulgados na véspera, o país registrava 418 casos a mais, um aumento de 37%, e mais sete mortes, um crescimento de 39%.
Hoje, o número de óbitos diários pela Covid-19 chega a ser três vezes maior do que a previsão feita pelo presidente. No domingo (21), o Brasil registrou a maior média de óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia. Considerando os últimos sete dias, morreram, em média, 2.255 pessoas por dia em decorrência da doença, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa.
A tendência é que o número de óbitos diários aumente ainda mais nos próximos dias. Especialistas responsáveis pelo boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam o país deve atingir de 4 a 5 mil mortes por dia. A informação é do jornal Valor Econômico.
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