247 – O vídeo que é peça-chave no processo que pode caracterizar que Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao tentar interferir na Polícia Federal para obter informações sigilosas a fim de proteger seu clã, poderá ser divulgado na íntegra. Esta é a tendência do decano do STF, ministro Celso de Mello.
Segundo O Estado de S.Paulo, o decano assistiu ao vídeo de sua residência em São Paulo, onde cumpre o distanciamento social.
Até agora, apenas dois trechos da reunião foram tornados públicos, conforme transcrição feita pela Advocacia-Geral da União (AGU), que defende Bolsonaro no caso. “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, afirmou o presidente na ocasião.
A reunião foi marcada por palavrões, briga de ministros, anúncio de distribuição de cargos para o Centrão e ameaça do presidente Jair Bolsonaro de demissão “generalizada” a quem não adotasse a defesa das pautas do governo.
O vídeo também registra o ministro da Educação Abraham Weintraub dizendo “que todos tinham que ir para a cadeia, começando pelos ministros do STF” e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves defendendo a prisão de governadores e prefeitos.
Circulam informações de que durante a reunião foram feitos ataques à China e ministros responsabilizando o país asiático pelo surto do novo coronavírus. O ministro das Relações Exteriores teria usado o termo “comunavírus”.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse que defende a divulgação integral do vídeo da reunião.