Cazuza, se fosse vivo, faria hoje 62 anos e estaria, por certo, em quarentena, para se proteger de um vírus diferente do que o matou em 1990, o HIV. Estaria hoje no grupo de risco dos idosos.
Quando já estava com Aids, ele deu entrevista à Marília Gabriela, aquela em que revelou a doença e foi alvo de uma capa da Veja muito agressiva — “Uma vítima da Aids agoniza em praça pública”.
Naquela reportagem, Veja errou feio no prognóstico: disse que Cazuza seria esquecido em dez anos.
Como se vê, 30 anos anos depois, ele continua sendo assunto, e vários artistas se manifestaram na rede. “Cazuza completaria 62 anos hoje. A música ‘Todo Amor que Houver Nessa Vida’ é uma obra-prima. O Cazuza era um romântico autêntico. Isso foi o que deu à poesia dele um poder de comoção muito grande. Porque ele era cem por cento autêntico e isso a gente sentia. Ele entrou na MPB”, escreveu Caetano Veloso.
Há outra aspecto da vida de Cazuza em que ele também se destacou: era politicamente progressista. Na mesma entrevista, disse tinha “desprezo total” pela direita. “Eu gosto de viver no coletivo, eu sou de esquerda porque eu tenho muito amigo, gosto de dividir minhas coisas”, disse.
Confira na entrevista e, logo abaixo, ouça “Ideologia”: