Uma Assembleia Evangélica em Serra Talhada, Pernambuco, realizou um jogral de jovens evangélicos – uma espécie de ritual, com danças ordenadas e palavras bíblicas – que viralizou na internet. Para quem não tem proximidade com o tipo de cultura exposta na gravação, os movimentos e ordens remetem a comandos militares, como ”marchas”. Dentre as falas disseminadas, é dito ”Vai general, general, general”.
O conteúdo é um exemplo claro de como se constroem as relações de adoração e autoritarismo nos cultos religiosos.
Na crítica feita por um usuário no Twitter (veja no final do texto) é descrito como discursos belicistas fazem sucesso em ambientes como esse, mas isso se dá ao fato exatamente do mergulho profundo na devoção pela religião.
Desde a Idade Média, é ensinado aos seguidores de diversas crenças como venerar o seu superior acima de tudo e todos. Ao longo da história, isso vem se repetindo. Não precisa ser uma ”força superior”, em casos mais recentes, é o princípio do próprio fascismo. A adoração, devoção e o autoritarismo.
Apesar de diversos estudos falarem sobre como os seres humanos precisam de uma ”hierarquia de valores” para o seu convívio em sociedade, que se baseia em crenças – relacionadas com a sua história e realidade – é como se devoções como essa tirassem suas identidades como indivíduo, colocando-os em um local apenas de ”seguidor”, sem se importar com outros princípios, como um processo de ”cegueira” para o resto do mundo.
Como se constrói uma cultura autoritária nas igrejas? Por que discursos belicistas fazem sucesso em ambiente evangélicos? Acho que isto aqui ajuda a explicar. pic.twitter.com/XrgkaCrLBI
— Andrade (@AndradeRNegro2) July 24, 2022