Cidade do Cabo – As enormes desigualdades entre ricos e pobres podem desencadear uma revolução na África do Sul, advertiu, quarta-feira, o vice-presidente Kgalema Motlanthe, depois de mais de três semanas de greve na mina de Marikana, onde 34 grevistas foram mortos a tiros pela polícia.
“O consumo de ostentação (…) em meio à miséria” pode reavivar o ressentimento contra os ricos. “É um ingrediente para uma revolução”, declarou Motlanthe a um grupo de jornalistas.
“Já estamos numa situação insustentável, com 15 milhões de pessoas a receber auxílio social” de uma população de 50 milhões, frisou Motlanthe, que poderá se candidatar em dezembro contra o presidente Jacob Zuma durante o próximo congresso do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder.
A África do Sul foi cenário, recentemente de violentas manifestações contra o desemprego, denunciando serviços públicos deficientes nas áreas mais pobres.
Durante as últimas semanas, o país foi abalado pela violência na mina de platina de Marikana, que deixou 44 mortos, dos quais 34 grevistas foram atingidos polícia.