As últimas três viagens dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (MDB-CE) respectivamente, já custaram aproximadamente R$ 250 mil aos cofres públicos. Desde abril deste ano, eles saem do país sempre que o presidente Michel Temer também se ausenta. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o valor corresponde a diárias de servidores e custo com combustível para os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Maia e Eunício recusaram receber diárias, mas os gastos também incluem servidores e parlamentares que acompanharam as missões oficiais de ambos.
Os dois viajaram em abril, junho e julho e estão fora do país desde domingo novamente, mas estão em viagens particulares. Em abril, o gasto estimado com combustível para o avião da FAB que transportou Maia e outros parlamentares à Cidade do Panamá é de pouco mais de R$ 53,3 mil. A viagem de Eunício ao Japão no mesmo período custou R$ 30.138,65, segundo informações do site do Senado. Com diárias pagas a servidores e parlamentares foram R$ 51.134,93 para a missão oficial da Câmara e R$ 14 mil para a do Senado.
Em junho, Maia se deslocou para Portugal sem utilizar avião da FAB. Já a viagem de Eunício à Argentina é estimada em R$ 30,6 mil só com combustível. As diárias da comitiva de Maia custaram aos cofres públicos R$ 36.524,88 e as da comitiva do senador emedebista R$ 5.346,90.
No início da semana passada, Maia foi ao Chile acompanhado de outros dois deputados. Os gastos ainda não foram informados pela Câmara, mas o gasto estimado com combustível da aeronave da FAB é de R$ 38,5 mil.
Inelegibilidade
A situação atípica das viagens dos presidentes do Legislativo acontece porque, pela lei, os chefes das Casas são impedidos de se candidatar nas eleições caso ocupem a presidência da República seis meses antes das eleições. Caso contrário, se tornam inelegíveis a outros cargos.
Como Temer não tem vice, Eunício e Maia são os próximos da linha sucessória. Com ambos no exterior, a próxima da lista é a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, que assumiu novamente a presidência interina do país na segunda-feira (23).
Desde a redemocratização, Cármen Lúcia é a quarta presidente do STF a assumir a Presidência da República em ano eleitoral e já soma cerca de 15 dias no cargo apenas este ano.