Vereadores querem explicações sobre negociações feitas para retirada de famílias

Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.  

Os vereadores Idemar José Guaresi, Maria Tereza Capra, José Jair Giovenardi e Juarez da Silva, realizaram na manhã de quinta-feira, dia 31, uma visita as famílias que residem na área pretendida para construção de um complexo do Sesc, ao lado do Senac, em São Miguel do Oeste/SC. Segundo informações repassadas pela vereadora Maria Tereza Capra, a intenção dos vereadores é verificar a situação das famílias perante o processo que tramita na justiça e coloca a retirada delas do espaço historicamente ocupado.

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Reunião feita no final da manhã desta quinta-feira

Maria Tereza destacou que por meio de matérias divulgadas sobre o assunto, os vereadores tomaram conhecimento de que existe uma liminar que garante, pelo menos por enquanto, a permanência das famílias no local, informação que não estaria sendo divulgada pelos representantes do poder público municipal.

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Vereadores estiveram dialogando com as famílias nesta manhã

Ao contrário, segundo a vereadora, fala-se que os moradores ‘aceitaram’ o terreno oferecido entre as comunidades Vila Nova I e Vila Nova II, periferia de São Miguel do Oeste. “Nossa intenção é conversar com as famílias e saber como está acontecendo a negociação da Prefeitura com o Sesc e especialmente, da prefeitura com estas famílias. Além disso, vamos checar os processos, conversar com os advogados que estão envolvidos nesta causa. Principalmente, nosso objetivo é saber se os direitos dos moradores estão sendo assegurados”, comenta a vereadora.

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Objetivo é saber se os direitos dos moradores estão sendo assegurados

Os moradores também manifestaram-se na presença dos vereadores e enfatizaram mais uma vez que não vão desocupar a área se não houver um acordo, segundo eles, digno, com as famílias. “Nós vivemos aqui há mais de 20 anos, temos como provar isso e sabemos que o que está realmente em jogo são interesses particulares e não coletivos”, disse o morador Adelar dos Santos.

A moradora Rosane Alves Antunes, 33 anos, desempregada, ressaltou que os moradores vão fazer resistência e exigem respeito da sociedade. Segundo ela, nos últimos dias, veículos de comunicação têm ido até a casa da moradora e não tem divulgado os fatos como ela menciona. A moradora conta que em entrevista para um dos repórteres de uma rádio da cidade, o repórter tentou induzir uma pergunta, dando ênfase em como ela estaria analisando o terreno para onde eles iriam se mudar. “Não sei, porque não vamos para lá. Respondi para ele. A justiça vai ser feita e a verdade vai aparecer. Só estão interessados no dinheiro que querem investir aqui”.

História

As famílias que residem próximo ao Senac, em São Miguel do Oeste/SC, na área pretendida para instalação de um complexo do Sesc, conseguiram uma liminar na justiça e devem permanecer na localidade até nova mudança no processo, segundo informações repassadas por um dos advogados que atua na defesa de uma das moradoras, Ricardo Seibel. O Juiz de Direito da 1º Vara Cível, da comarca de São Miguel do Oeste, Crystian Krautchychyn, já havia determinado o despejo das famílias e a ação seria efetivada na segunda-feira, dia 21 de março.

Um oficial de Justiça conversou com as famílias ainda no dia 11 de março e adiantou na ocasião que o prazo para a retirada dos moradores era de 10 dias. No mandado de despejo, a informação é de que: “fica autorizada a requisição do auxílio da Polícia Militar para cumprimento do ato, caso se torne necessário”.

Os moradores seguem resistindo, a exemplo de Adelar dos Santos, que critica os acordos feitos entre prefeitura e a empresa que deseja vender o terreno para construção do Complexo do Sesc. “Tem gente que saiu daqui e ganhou terreno, dinheiro, e morava o quê, sete meses em cima da terra, e pra gente qual é a proposta? Uma área sem casa, sem estrutura nenhuma, sendo que estamos aqui há mais de 20 anos”, argumentou.

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