Venezuela sai da OEA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na quarta-feira (26/04) que deu um “passo gigante para romper com o intervencionismo imperial”, após ordenar a saída “imediata” de seu país da Organização de Estados Americanos (OEA), que convocou uma reunião para discutir a situação venezuelana sem seu consentimento.

“Dia 26 de abril de 2017, dia da Dignidade da Independência, dei um passo Gigante para romper com o intervencionismo Imperial #PorDignidadNosVamosDeOEA”, escreveu em sua conta no Twitter.

Em outra mensagem, Maduro pediu a “compreensão” e “solidariedade” dos povos da América Latina e do mundo “para derrotar o plano intervencionista contra Venezuela”, e solicitou ao povo de seu país que mantenha a “união cívica militar”.

A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou que seu país iniciará nesta quinta (27/04) um procedimento para abandonar o órgão interamericano, depois que a entidade convocou uma reunião de chanceleres sem o aval venezuelano.

Em um pronunciamento transmitido pela emissora de TV estatal VTV, ela disse que a Venezuela não participará futuramente “de nenhuma atividade, de nenhum evento onde se pretenda posicionar o intervencionismo e intromissão deste grupo de países que só buscam perturbar a estabilidade e a paz” em seu país.

A Venezuela havia advertido na terça (25/04) que deixaria a OEA se a reunião de chanceleres fosse convocada. Para sair do órgão, a Venezuela necessita esperar dois anos e pagar sua dívida com o órgão, de cerca de US$ 8,7 milhões, segundo estipula o artigo 143 da Carta da OEA.

Processo

A chanceler venezuelana criticou a convocação para a reunião, feita pelas missões permanentes na OEA de 16 países-membros: Brasil, Argentina, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Jamaica, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Foram 19 votos a favor, 10 contra, quatro abstenções e uma ausência.

“São ações dirigidas por um grupo de países mercenários da política para limitar o direito ao futuro do povo de Venezuela, para limitar e afetar o direito à pátria, o direito a viver tranquilamente”, acrescentou.

Rodríguez disse também que a retirada de seu país desta organização “não é conjuntural” e, pelo contrário, “tem a ver com a dignidade de nosso povo, com a doutrina bolivariana que promove o não intervencionismo, que defende a igualdade soberana dos Estados, o multilateralismo em igualdade jurídica”.

A chefe da diplomacia venezuelana denunciou ainda que está em execução um “roteiro pré-estabelecido”, como aconteceu com Cuba em 1962, e que provocou a suspensão da ilha do organismo continental.

Além disso, acusou o que chamou de “conclave de governos mercenários” de ter estimulado a onda de violência que a Venezuela vivenciou no último mês, período no qual ocorreram dezenas de protestos, que se saldaram com pelo menos 29 mortos, cerca de 500 feridos e mais de 1.000 detidos.

Fonte: OperaMundi

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