A pedido do presidente Nicolás Maduro, o governo venezuelano está enviando cilindros de oxigênio ao estado do Amazonas. A informação foi confirmada pelo deputado federal José Ricardo (PT-AM) nas redes sociais, por onde o governador do estado, Wilson Lima (PSC) agradeceu ao governo venezuelano. Enquanto isso, o Itamaraty solicitou ao governo estadunidense ajuda para transportar cilindros de oxigênio.
De acordo com o governador Wilson Lima, o consumo de oxigênio aumentou cerca de 130% de abril de 2020, o primeiro pico da doença, para o dia 13 de janeiro de 2021.
Relatos de familiares de pacientes internados por covid-19 e profissionais da saúde em Manaus, na capital do Amazonas, indicam que a situação se agravou nas últimas horas devido à escassez de oxigênio. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, em um vídeo publicado na internet, pacientes estão sendo mantidos vivos “pelo esforço dos profissionais médicos, enfermeiros e técnicos”.
“Uma situação terrível que nós temíamos e denunciamos. Nesse momento, faço um apelo a todas autoridades que se unam para que possamos de forma emergencial encontrar solução. Transportar oxigênio de outros estados em caráter de guerra é uma necessidade para salvar vidas”, afirmou nas redes.
Toque de recolher
Diante dos acontecimentos das últimas horas, o governador Wilson Lima (PSC) decretou toque de recolher em Manaus, das 19h às 6h. Segundo Lima, está ocorrendo “algo sem precedentes no Estado do Amazonas”, principalmente em relação à dificuldade para conseguir insumos e, mais especificamente, aquisição de oxigênio agora”.
De acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgado às 18h desta quinta-feira (14), foram registrados 5.920 óbitos e 223.360 casos da doença no estado. Na semana do dia 3 a 9 de janeiro foram registrados 344 óbitos, sendo que na semana anterior, de 27 de dezembro a 2 de janeiro, foram contabilizadas 152 mortes.
A alta também pode ser observada no número de novos casos da doença. Entre 3 e 9 de janeiro foram 11.129 novas pessoas infectadas e, na semana anterior – 27 de dezembro a 2 de janeiro – foram 5.930. Menos que a metade.