Por Lucía Berbeo*, de Caracas, Venezuela.
No coração do epicentro da capital da Venezuela, Caracas, está localizada a Casa de Nuestra América José Martí, um espaço que tem servido para inúmeros encontros culturais, históricos, educativos e artísticos, que têm definido o padrão no fortalecimento do patrimônio de aqueles ilustres revolucionários que deixaram a sua marca internacionalmente.
Suas instalações representam um olhar sobre a época em que evoca os ensinamentos ensinados pelo escritor, poeta e herói cubano José Martí, que contribuiu para o processo criativo da educação na nação sul-americana, onde ensinou gramática e incorporou a oratória.
Dada a sua importância, foi entrevistada a Diretora Executiva da Casa Nuestra América José Martí, Zaida Castro Delgado, que informou que “em breve pretende realizar reuniões com reitores das diversas universidades para ativar a Cátedra Bolívar e Martí, a fim de preparar jovens para que se fortaleçam no pensamento emancipatório de nosso Libertador Simón Bolívar e José Martí”.
Da mesma forma, o doutor em Educação e Desenvolvimento também expressou que para o mês de novembro se espera a visita do cubano Pedro Pablo Rodríguez, líder do grupo de pesquisa da Edição Crítica das Obras Completas de José Martí do Centro de Estudos Martí. em Havana.
Neste sentido, prevê-se que durante a estadia do historiador Rodríguez ocorra um ato de instalação e lançamento da Cátedra a nível nacional, cujo objetivo é a troca de conhecimentos sobre o pensamento latino-americano, político, revolucionário e humanista.
Quando questionada sobre a visita que fizeram os dignitários de Cuba e da Venezuela há 23 anos, ela lembrou que durante o mês de outubro de 2000, os líderes Hugo Chávez e Fidel Castro se reuniram no antigo prédio, onde assinaram um ato, concordando com o criação da instituição cultural.
No âmbito da entrevista, agradeceu o apoio da sua pequena equipa de trabalho, classificando-os como profissionais, com mística e dedicação, e também reconheceu o apoio de organizações não governamentais como: Movimento de Mulheres Argelia Velázquez Carrizales, Movimento de Solidariedade Mútua da Venezuela -Cuba, Sociedade Cultural José Martí, Grupo Cultural Outra Margem e Fundação Ernesto Che Guevara.
Ao mesmo tempo, apelou às autoridades competentes para que contribuam para a recuperação da infra-estrutura, e assim honrem o legado do líder Hugo Chávez, já que há mais de duas décadas os seus espaços contribuem para expor e promover os valores e conceitos da Venezuela, parte integrante da ideologia emancipatória e unificadora da América Latina.
Por sua vez, a Coordenadora do Movimento de Mulheres Argelia Velázquez Carrizales, Judith López Guevara, expressou que a contribuição de sua organização “é dar aquele toque de participação feminina dentro da Casa José Martí, porque a história sempre vem com homens valentes, e com não se dá a conhecer a heróica guerrilha, na qual também houve o contributo das mulheres e daquelas mulheres que lutaram por uma mudança de paradigma, por uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.
Além disso, “não devemos esquecer que Martí tem escritos sobre a colaboração das mulheres, Che Guevara, Fidel Castro, o próprio presidente Chávez que se declarou feminista, esses toques devem ser divulgados nas atividades… Em Além disso, as organizações “Nós que participamos o fazemos ad honorem, determinando aqui a clareza, a participação e o comprometimento de todos os revolucionários”.
O integrante da Fundação Sociedade Cultural José Martí, Capítulo Venezuela, Rubén Rodríguez, indicou que “os que estamos morando aqui, sob a direção da Dra. Zaida, temos um sentido de unidade martiana de trabalhar em conjunto, essa é uma experiência que se pode transladar ao âmbito social da luta venezuelana, onde nenhum movimento é mais importante do que o outro, ninguém é mais figura, tem uma liderança estabelecida e isso permite que a maquinária de trabalho ideológico, político e cultural da Casa seja muito eficiente”.
*A autora é jornalista venezuelana, analista política e colaboradora deste meio de informação.
Que viva José Martí!