Todas essas polêmicas que envolvem museus, lei Rouanet e cia. estão sendo ótimas pra poder contabilizar a quantidade de pessoas indignadas com a situação da cultura no Brasil. É incontável o número de posts que surgiram após o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, acusando o governo de preferir dar mais dinheiro para o Luan Santanna do que pra manutenção do mais antigo museu do país. Publiquei um texto no meu perfil do Facebook explicando como funciona a Lei Rouanet, que você pode ler aqui (e compartilhar pra galera se informar!), mas uma coisa tem me incomodado: grande parte das pessoas que reclamaram sobre o incêndio não vai a museus há anos e não frequenta atividades culturais. Algumas justificativas são o alto preço dos ingressos, o que é uma inverdade, pois nós, da Cult Cultura, oferecemos ingressos gratuitos aos nossos seguidores (segue a gente no Insta!) frequentemente e a minoria manifesta interesse. Ou seja, como dizia Sartre, “o inferno são os outros” e a vergonha do descaso com a área cultural nunca é nossa.
A arte é fundamental para o exercício da tolerância, a prática do pensamento crítico e do desenvolvimento da empatia. Antes de procurarmos culpados, sugiro olharmos para nosso próprio umbigo (nem sempre é bom a gente se colocar como referência de tudo, mas fazer esse exercício de autoconhecimento de vez em quando é importante) e ver se praticamos nosso discurso. Se você valoriza a arte (se você está aqui nesse site, acredito que sim!), que tal consumir arte?
Aproveito esse post pra indicar a exposição de obras da coleção do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (que muita gente “indignada” confundiu com o Museu Nacional), cuja abertura será nesse sábado, 6 de outubro, na Pinacoteca de São Paulo. Pode ser uma boa oportunidade pra ver um acervo de um museu do Rio de Janeiro sem precisar sair de Sampa. O nome da exposição é bem convidativo para o atual momento político: “Coleções em Diálogo: Museu Histórico Nacional e Pinacoteca de São Paulo”.
A coletiva apresenta uma seleção de obras dos dois museus, em quatro núcleos principais:
1) Arte colonial;
2) Pintura de história;
3) Paisagens de guerra;
4) Arte e patrimônio
Esse programa “Coleções em Diálogo” propõe apresentar acervo da Pinacoteca junto a obras vindas de outras instituições, renovando as possibilidades de interpretação da própria coleção do museu. Antes da exposição com o Museu Histórico Nacional, já foram realizadas mostras com os acervos do Museu Mariano Procópio (Juiz de Fora, MG), do Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga) e do Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto, Portugal).
Se você for, mande sua foto pra gente, por DM no Insta (@cultcultura), que postaremos nos nossos Stories!
Coleções em Diálogo: Museu Histórico Nacional e Pinacoteca de São Paulo
Curadoria de Valéria Piccoli e Paulo Knauss
Artistas participantes: Frei Agostinho de Jesus, Pedro Américo, Rodolpho Bernardelli, Johann Moritz Rugendas, Aurélio de Figueiredo, Arnaud Julien Pallière, Gustavo Dall’Ara, Leandro Joaquim, Edoardo de Martino, José dos Reis Carvalho, Manoel de Araújo Porto-Alegre, Paulo Vergueiro Lopes de Leão, João Baptista da Costa, entre outros.
Abertura: 6 de outubro de 2018, sábado, às 11h
Visitação: de 6 de outubro a 28 de janeiro de 2019
De quarta a segunda, das 10h às 17h30 – com permanência até as 18h
Pinacoteca
Praça da Luz 2, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 6,00 (entrada); R$ 3,00 (meia-entrada para estudantes com carteirinha)
Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.
Aos sábados, a entrada da Pina é gratuita para todos.
Amigo da Pina tem acesso ilimitado, além de desconto na loja e no café. Também pode participar de visitas guiadas e outros eventos com a equipe da Pinacoteca. Para saber mais sobre o programa, acesse aqui
