Vaza Jato: Procuradores redigiram ocultamente pedido de impeachment de Gilmar Mendes

Thamea Danelon, cotada para integrar equipe do novo PGR, Augusto Aras, e Deltan Dallagnol atuaram auxiliando advogado conservador que queria apresentar impeachment de Gilmar Mendes

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Em novas revelações da Vaza Jato trazidas pelo colunista Reinaldo Azevedo, da rádio BandNews, a procuradora Thamea Danelon, cotada pelo futuro PGR Augusto Aras, conta a Deltan Dallagnol que foi procurada pelo advogado Modesto Carvalhosa para redigir pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

“O Professor Carvalhosa [Modesto Carvalhosa, advogado] vai arguir o impeachment de Gilmar. Ele pediu para eu minutar para ele”, disse Danelon em conversa com Dallagnol, que respondeu: “Sensacional Tamis! Manda ver”.

Como destaca Reinaldo Azevedo, a atitude esperada de Dallagnol, como responsável pela operação Lava Jato, seria a de exonerar a procuradora por cometer um ato ilícito, não a de estimular o “suporte”. A atuação seria ilegal porque a procuradora da República, funcionária da União, “passa, na prática e por baixo dos panos, a atuar a serviço de um advogado”, segundo Azevedo.

De acordo com o jornalista, o comentário foi feito por Thamea com certo espanto, utilizando-se de emojis de “susto”, mas Dallagnol tratou de tranquilizá-la e dar o caminho das pedras. “Fala com o pessoal do RJ QUE TEM tudo documentado quanto à atuação do sócio da esposa”, disse ele. Deltan ainda sugere que pode revisar o pedido, mostrando certa desconfiança na atuação da procuradora, cogitada pelo novo PGR, Augusto Aras, para coordenar a Lava Jato nacionalmente durante seu mandato.

13:59:52-Deltan: Se quiser olhamos depois de Vc redigir
13:59:53-Thamea: Eba!!!! Obrigada!!!
13:59:57-Thamea: Já estou escrevendo!!!
14:00:11-Thamea: Quero sim!!! Lógico!! Obrigada!!

Deltan Dallagnol já admitiu ter atuado com o objetivo de promover impeachment de Gilmar Mendes, buscando, irregularmente, provas na Suíça. Em conversas, o procurador já chegou a taxar Gilmar como “brocha institucional” após o ministro criticar as 10 medidas contra a corrupção, defendidas pelo coordenador da Lava Jato.

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