O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse que considerou invadir militarmente o território venezuelano em busca de supostos guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional). Uribe governou a Colômbia de 2000 a 2010.
A declaração foi dada em uma palestra na Unaula (Universidade Autônoma Latino-americana), em Medellín, na Colômbia. “Obtivemos novas evidências de acampamentos de guerrilheiros na Venezuela. Eu tinha três opções: fazer uma denúncia, ficar calado ou iniciar uma operação militar na Venezuela. Faltou-me tempo”, disse às gargalhadas.
Em 1 de março de 2008, a Colômbia invadiu o território do Equador e atacou um acampamento das FARC, assassinando o líder guerrilheiro Raúl Reyes. A operação foi feita sem autorização de Quito, o que provocou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países.
Relação de amizade
“Não é possível dar importância às declarações de Uribe”, respondeu o deputado venezuelano do Parlatino (Parlamento Latino Americano), Roy Daza. Ele ressalta que o colombiano não é sequer membro do governo e está em plena campanha eleitoral para voltar à Presidência. Em 2010, Uribe tentou garantir o mecanismo da reeleição indefinida na Colômbia, mas sucessivas decisões judiciais frustraram o ex-presidente.
“É uma pessoa que não tem condições mínimas para ser chefe de Estado. O ex-presidente Uribe busca atrapalhar as relações entre Venezuela e Colômbia, entre o presidente [Juan Manuel] Santos e [Hugo] Chávez. Nossa relação é de cooperação, de amizade, que está se desenvolvendo no plano da diplomacia, apesar das diferenças que podemos ter ideologicamente, mas em um respeito mútuo”, analisou o deputado.
O atual presidente colombiano, Juan Manoel Santos, chegou à Presidência em 2010, após ser ministro da Defesa (2006 – 2009). Mas logo no início do governo, o ex-presidente lançou dúvidas sobre o governo, criticando as nomeações de ministros e chegando a chamar Santos de “hipócrita”. Os dois estão rompidos e Uribe já coloca seu nome como pré-candidato.
Fonte: http://operamundi.uol.com.br