Por Helena Lima, UàE.
As universidades federais no país estão debatendo o retorno híbrido das atividades de ensino ainda neste ano, e algumas já definiram calendário acadêmico para a retomada. As discussões nos Conselhos Universitários surgem após deliberação do Ministério da Educação (MEC) pelo retorno presencial.
O MEC publicou a Portaria 1038/20 em dezembro de 2020 que estabelecia que as atividades letivas realizadas em instituições de ensino superior federais deveriam ocorrer de forma presencial a partir de primeiro de março de 2021.
Na mesma deliberação, o ministro Milton Ribeiro define que o ensino remoto deve ocorrer apenas de forma excepcional; e que as IFES poderão ter ensino remoto de forma integral caso as autoridades locais suspendam atividades letivas ou que existam condições sanitárias que tragam riscos à segurança.
Dessa forma, o retorno híbrido, segundo o MEC, seria o retorno presencial das aulas e a possibilidade de suspendê-las e aderir novamente ao ensino remoto em decorrência de fatores da crise sanitária. Em certas universidades em que têm se feito este debate, o retorno híbrido seria a manutenção das atividades de forma remota e a abertura de algumas atividades presenciais.
Por hora, cerca de quatro universidades (UFMS, UFR, UNIFAP e UFJF) avançaram no planejamento do retorno de atividades presenciais. O ANDES-SN e os docentes das universidades que ensaiam o ensino híbrido estão se mobilizando para barrar o retorno presencial neste momento de agravamento da crise sanitária.
“Para o ANDES-SN, sem vacina para todas e todos, o retorno presencial às atividades nas escolas, universidades, institutos e Cefet é a porta aberta para aprofundar a catástrofe que se vive no Brasil.”
ANDES-SN, publicação na página do Sindicato.
UFMS
Na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a reitoria emitiu uma instrução normativa que definia o retorno das atividades presenciais de toda a universidade para o dia 15 de março.
Os docentes da UFSM deliberaram em assembleia um posicionamento contrário à retomada das atividades presenciais sem a perspectiva de melhora na crise sanitária do país. Em encontro posterior com a reitoria da instituição, foi deliberado que os docentes poderiam manter suas atividades de forma online e, caso fosse acordado pelo curso, atividades presenciais específicas poderiam ser realizadas.
UFR
Na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), o Conselho Universitário aprovou a permissão das atividades presenciais de ensino, deixando facultada aos Colegiados de Curso a decisão sobre o retorno das atividades. A maioria dos docentes dos cursos têm se posicionado contra o retorno híbrido e presencial.
UNIFAP
No início de março, a Universidade Federal do Amapá (Unifap), a reitoria discutia que as aulas presenciais deveriam retornar no início do próximo semestre, que está previsto para o dia 12 de abril, em modelo híbrido (com algumas aulas remotas). Segundo a nota da instituição, só seria possível retornar o ensino presencial caso o orçamento fosse reposto, tendo em vista os cortes que as universidades sofreram durante a pandemia do coronavírus.
UFJF
Assim como muitas outras universidades federais, a Universidade Federal do Juiz de Fora (UFJF) se colocou contra um retorno presencial neste momento, mas o Conselho de Graduação tem debatido a possibilidade de um ensino híbrido com algumas atividades presenciais oferecidas na universidade.