Universidade paraense e o Projeto Saúde e Alegria fabricam máscaras e óculos com impressora 3D para profissionais de saúde de Santarém

Foto: Divulgação

As dimensões geográficas e populacionais, a profunda desigualdade social, sistemas de saúde pública e privada insuficientes para atender a demanda, além de um momento político delicado, têm exigido adaptações, fôlego e muito jogo de cintura no combate ao coronavírus. Mas, sem dúvida, a solidariedade e as parcerias têm ajudado um bocado a suprir o que falta, a criar novos recursos e possibilidades e a buscar soluções e condições para que o cenário brasileiro na pandemia não seja dos piores.

A falta de equipamentos básicos de proteção para os profissionais de saúde do sistema público de Santarém foi o que uniu a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e o Projeto Saúde e Alegria (PSA), que desenvolve um trabalho amplo de atendimento às comunidades de Alter do Chão.

Desde a semana passada, a instituição educacional paraense e a ONG de Alter do Chão estão empenhada em produzir máscaras de acetato com a tecnologia das impressoras 3D, como vem sendo feito em diversas universidades do país, como já noticiamos.

“Aqui, em Santarém, a produção começou com sete impressoras. E estamos fazendo a manutenção de três. A nossa estava parada, mas em excelente estado, e já está alinhada e pronta para o combate”, conta animado Paulo Lima, coordenador de empreendedorismo do Saúde e Alegria. “Neste período de pandemia, o mais seguro é todos trabalharem em casa, por isso, organizamos grupos e reuniões virtuais para definir o que produzir e quais os modelos mais adequados, já testados por profissionais de saúde das UPAs (unidades de pronto atendimento), do Hospital Municipal de Santarém Hospital Regional do Baixo Amazonas“.

Foto: Divulgação

Lima conta que o primeiro modelo de máscara, foi desenvolvido com acetato e hastes impressas pelas impressoras 3D, além de um óculos, também de acetato. “Nossa impressora está junto com as da Ufopa, na casa do professor Alves. Além dos dois, também estão envolvidos no projeto os professores Roberto Branco Filho e Gabriel Iketani (Ufopa) e a doutora Cirley Lobato (Ufopa/HRBA).

“A parceria com o PSA tem sido muito importante. A expectativa é muito grande com relação ao que podemos fazer com o pouco recurso de que dispomos”, ressalta o professor Alves.

Ele também destaca que as primeiras unidades de máscaras e óculos de proteção serão entregues em breve e a expectativa é de que a produção aumente com a participação de outros parceiros. O grande desafio é a dificuldade de acesso à matéria-prima, o acetato. Por isso, é fundamental que o projeto conte com a colaboração de outros parceiros. Se alguém tiver interesse em participar pode entrar em contato pelo email [email protected] .

“Agora que os ajustes finais foram feitos, temos capacidade para produzir de 40 a 50 equipamentos por dia e material para a produção de mais 500 peças”, revela o professor Roberto Branco.

“Mesmo com todas as limitações do trabalho à distância, em home office, o Saúde e Alegria já vinha se antecipando e trabalhando intensamente pra somar esforços no combate a essa pandemia, seja no suporte ao barco-hospital Abaré, como na construção de banheiros e sistemas de água nas comunidades, na busca de parceiros para apoiar o município com materiais e equipamentos, em campanhas de educação e prevenção e, por fim, na viabilidade de poder fazer acontecer a tecnologia de ponta à ponta, como a impressão de máscaras para os profissionais de saúde por meio de nossas impressoras 3D, em conjunto com as da Universidade”, conta Caetano Scannavino, coordenador do PSA.

“Se tem o Vale do Silício, sempre fui entusiasta do Vale do Tapajós. Essa união de parceiros está demonstrando que isto já é uma realidade”, finaliza entusiasmado.

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