Segundo o G1 a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) não irá selecionar os estudantes a ingressarem nesse semestre através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema informatizado pelo Ministério da Educação (MEC) pelo qual os candidatos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio são filtrados para conseguir entrar em alguma vaga de cursos superiores da maioria das universidades públicas brasileiras.
A instituição tomou essa decisão que aprofunda ainda mais a restrição de entrada nas universidades brasileiras, após os milhares de erros e problemas técnicos de responsabilidade do MEC. O governo Bolsonaro e seu ministro Weintraub deram um prazo relâmpago para requerimento de ajuste de notas e não solucionou os problemas técnicos, escancarando o descaso com os estudantes e a educação brasileira num cenário marcado por uma educação ainda altamente elitista e racista.
Em sua medida, a Unitins colabora com política do governo, fortalecendo uma seleção completamente arbitrária, na medida em que a provável maioria dos interessados em concorrer às vagas da instituição não deve ter prestado o vestibular que fora aplicado em 1o de dezembro de 2019. As inscrições para os vestibulares são caras para grande parte da população jovem no Brasil, o que impossibilita que a maioria dos estudantes possam prestar mais do que o ENEM para entrar no Ensino Superior público.
Cada vez mais o Estado brasileiro reforça a restrição de acesso da juventude negra e pobre nas universidades públicas, relegando a estes o mercado de trabalho de baixa qualificação educacional ou as vagas nas instituições privadas que são, na maioria das vezes, de nível médio de qualidade inferior às faculdades públicas, além de que muitos dos estudantes tem de trabalhar para se manter na faculdade, prejudicando sua formação, e vários acabam adquirindo dívidas para conseguir pagá-la.
A juventude Faísca, militância que constrói junto com trabalhadores o portal Esquerda Diário, ambos impulsionados pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) grupo organizado internacionalmente pela FT-CI, defende e chama todos os estudantes e jovens a batalhar pelo livre e irrestrito acesso ao ensino superior público no Brasil, através do fim dos processos seletivos, que são verdadeiros filtros sociais, como os vestibulares tradicionais e até mesmo o ENEM, e através da estatização das universidades privadas, colocando-as sob gestão dos próprios trabalhadores, professores e estudantes e controle da população vizinha, estando a serviço deste setores e não do lucro dos empresários que as controlam atualmente.
Não é impossível garantir educação gratuita e de qualidade para todos. Na argentina, nosso país vizinho, por exemplo, o acesso é irrestrito a toda a população. É nosso direito e é possível, na medida em que compreendamos que para conseguir o que é nosso por direito não há outra saída a não ser mexendo no lucro dos grandes empresários.
Enquanto isso, Bolsonaro segue aprofundando os cortes que já vinham sendo aplicados nos governos anteriores, com seus pacotes de ajustes e privatizações em nome do pagamento da dívida pública que coloca no bolso dos banqueiros o dinheiro que deveria ser destinado aos serviços públicos.