A União Nacional dos Estudantes (UNE), através de suas contas oficiais nas redes sociais, criticou o anúncio das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) feito nesta segunda-feira (4) pelo Ministério da Educação (MEC).
A medida contraria uma demanda dos próprios estudantes, que cobraram o governo pelo cancelamento da prova dada às circunstâncias da pandemia.
A propaganda do ministro Abraham Weintraub causou revolta nas redes sociais, fazendo com que a tag “Enem” entrasse para os Trending Topics do Twitter. O vídeo mostra atores, em sua maioria brancos, pedindo que estudantes não desistam de prestar a prova para que o país não perca uma “nova geração de profissionais”.
“Não acreditem no que diz o MEC, eles mentem! A conta é simples: sem aulas presenciais aumentam as desigualdades, porque muitos estudantes não tem internet, e as vezes nem livros, para estudar em casa. Ninguém quer cancelar o ENEM, mas dar mais tempo para reduzir essa distorção!”, escreveu a UNE.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2018, divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet. Em números totais, isso representa cerca de 46 milhões de brasileiros que não acessam a rede.