Está lá entre dedos e mãos firmes, calejadas, nos corpos vergados, rostos suados e queimados pelo sol de todos os dias.
Está na pequena propriedade, no chão adubado, arado, acariciado pelos agricultores e agricultoras que protegem o lugar de ser e viver.
Acha-se nas sementes orgânicas, originárias, tradicionais ou crioulas livres de incrementos, venenos e suplementos tóxicos.
Encontra-se entre os humildes e serenos, nas mulheres e homens da agricultura familiar, nos pescadores e pescadoras, nas ribeirinhas e ribeirinhos, nos quilombolas e indígenas pertencentes
à terra sem mal.
Encontra-se lá nas economias dos produtos e frutos diversos, alternativos, límpidos, vivos, férteis e saudáveis.
Está logo ali, diante dos nossos olhos, sendo ofertado, disponibilizado e esperançando o amanhã.
Encontra-se entre aqueles e aquelas que querem a comunhão sem exclusão, sem concentração e ambição.
Reside naquelas e naqueles, que, entre os tantos gestos de amor, ofertam a uva, o suco, o vinho, feijão, a batata o trigo e o pão.
Vive neles que semeiam, colhem, alimentam a nação e entregam rosas para nossa purificação e libertação do agro boi, da agro soja e dos transgenimodificados.
O direito não está no agrário, este nos lembra latifundiário, o identificamos na agroecologia, a que nos dá bem estar e faz celebrar a vida em profunda harmonia.
Porto Alegre, 12 de julho de 2022.
Por Roberto Liebgott, Cimi Sul.
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