Na quarta feira, dia 14 de março de 2012, os trabalhadores e estudantes deram uma resposta ao Governo federal, estadual e municipais do Rio de Janeiro, pois ao invés de “engrossarem o caldo” do chamado ato conjunto entre os educadores cariocas, fluminenses e de todo o país, foram feitos atos descentralizados. Eles cativaram as populações locais, denunciando os desmandos e a arbitrariedade de governos que comungam com a lógica truculência como antídoto da pedagogia da autonomia, decretando a morte definitiva de pensadores como Paulo Freire.
Pensamos que para não sermos apenas um ingrediente na sopa de letrinhas destas manifestações em vários estados da União, que tímida e obedientemente reivindica um piso salarial rebaixado pela CNTE governista e que deixa de lado a concepção de carreira (plano de carreira, data-base, formação continuada etc.), faz-se central deixarmos claro que a luta desta categoria que tem aprendido e acumulado vitórias político-pedagógicas – mas que no entanto devem ser transformadas em vitórias materiais – deverá ser um espelho para as outras lutas específicas.
Um debate amplo e para além dos muros das universidades, pela escola pública, universal e de qualidade.
O debate sobre o tema “Fechar escola é crime”, dentre os muros da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, encerrou com chave de ouro este importante dia, pois contou com uma mesa crítica, com conhecimento adquirido pegadogicamente na luta dos movimentos sociais, sindical e no pensamento acadêmico que se propõe a compreender e intervir no mundo social sob a perspectiva emancipatória da classe trabalhadora.
A professora Wiria Alcântara, representando o campo Luta Educadora, mediou uma mesa repleta de pessoas capazes de proporcionar a quem foi lá prestigiá-los, uma sensação de que a luta está só começando. Roberto Leher, Paulo Antejano, Zelito (Terra Livre), Tarcío (Sepe) e uma companheira do MST fizeram um debate apresentando números sobre os descasos e o processo de privatização/sucateamento promovido Brasil a dentro, a destacar o estado do Rio de Janeiro, sob a batuta de Sergio Cabral e sua gangue. Mas tais números apenas serviram – o que está fora de moda – como ponto de partida para uma compreensão dialética e, como diria Leher, pulsante sobre a realidade de trabalhadores e trabalhadoras, no papel de educadores e educandos. Confirmou-se tal vitalidade pulsante da Luta pedagógica com a emocionante fala da professora/diretora/militante Maria João, relatando a Luta que em certa medida remonta Canudos, mas terá pela frente, ao contrário daquele, vitórias político-pedagógicas ainda no surpreendente porvir da história.
Infelizmente, a professora historiadora da Escola Politécnica Joaquim Venâncio, Virgínia Fontes não pode estar presente por um imperioso imprevisto, mas outros encontros estão por vir.