O café Handsom Her pretende dar mais visibilidade à causa ao propor o “imposto pela desigualdade de gênero”.
Um café vegano em Melbourne, na Austrália, decidiu cobrar uma taxa de 18% de seus clientes homens para compensar o “gap” salarial de gênero. A porcentagem não foi pensada por acaso: no país, as mulheres recebem 17,7% a menos que os homens, em média.
O café Handsom Her, que abriu neste mês, pretende dar mais visibilidade à causa ao propor o “imposto pela desigualdade salarial”.
“Nós realmente esperamos fomentar este debate e conversar abertamente sobre a desigualdade de gênero”, disse a gerente do café, Belle Ngien, à CNN.
A taxa cobrada aos homens é voluntária e não será embolsada pelo café. A cada mês, o dinheiro arrecadado será doado para ONGs e projetos com causas ligadas às mulheres e equidade de gênero.
Would LOVE everyones thoughts on this. My friends cafe in #Brunswick, Handsom Her – is for women by women AND an has a 18% gender tax! pic.twitter.com/tVSX3PO4q8
— Paige Cardona (@paigecardona) 3 de agosto de 2017
Colocada na entrada, uma placa já dita as regras do novo estabelecimento:
“Regra Nº 1: Mulheres têm preferência nos assentos. Regra Nº 2: uma taxa de 18% será cobrada aos homens para que eles reflitam sobre a desigualdade salarial de gênero e o dinheiro será doado para causas ligadas às mulheres. Regra Nº 3: o respeito é mútuo.”
Ao site Broadsheet, Alex O’Brien, dona do Handsome Her, explicou as regras: “Eu realmente quero que as pessoas pensem nisso, porque nós temos este gap por décadas e décadas e queremos trazer este assunto ao dia a dia das pessoas. Eu gostaria que os homens parassem um pouco e questionassem este privilégio”, disse.
No Brasil, as mulheres ganham 24% menos que os homens, mesmo trabalhando, em média, cinco horas a mais por semana, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016, o Brasil levará 104 anos para igualar as remunerações de homens e mulheres que exercem as mesmas funções — tempo abaixo da média global de 170 anos, mas ainda considerado bem alto.
Fonte: Huff Post Brasil.