Em vários locais do Brasil e do mundo, no próximo dia 5, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips serão lembrados com homenagens, debates e rituais. A data marca um ano dos assassinatos deles em Atalaia do Norte, no Amazonas, na região do Vale do Javari. Em todos os eventos devem ecoar os pedidos por justiça, para que os crimes não fiquem impunes. E também para que se honre a luta deles pela preservação da Amazônia e promoção dos direitos indígenas, em um momento em que forças retrógradas no Congresso Nacional do Brasil tentam aprovar projetos para destruir as proteções legais ao meio ambiente e aos povos indígenas.
Em Brasília, o evento ocorrerá na Maloca da Universidade de Brasília, às 16h e deve contar com a presença dos familiares de Bruno e Dom, autoridades do Executivo e do Legislativo, sindicatos, servidores públicos, artistas e lideranças indígenas – que já estarão reunidas na capital mobilizadas para o julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal. O evento será transmitido pelo instagram da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Em Londres, a família de Dom Phillips vai comparecer a um debate que contará também com a presença da advogada Carolina Santana, assessora jurídica do Observatório dos Povos Indígenas Isolados (Opi), a organização indigenista fundada por Bruno Pereira. O propósito do evento é honrar as vidas e o trabalho dos dois e discutir a situação atual no Vale do Javari, um ano após os assassinatos. O evento foi organizado pelo Coletivo Brazil Matters.
Em Atalaia do Norte, a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU), com a qual Bruno trabalhava quando foi assassinado, vai fazer uma expedição ao local dos crimes, que será marcado com cruzes e onde será realizado um ritual. Na sede da Univaja, na área urbana do município, o povo Kanamari vai homenagear Bruno e Dom a partir das 9 horas da manhã. Também estão previstos eventos em Belém, onde Bruno morava, no Rio de Janeiro e Salvador, cidades onde Dom viveu e em Campinas.
—