Foram 37 de bolsas de doutorado e 19 de mestrado; desde o começo do ano, o corte foi de 126 bolsas de mestrado e doutorado mais 11 de pós-doutorado, além de 41 bolsas print de doutorado sanduíche
Com o corte de bolsas da Capes anunciado ontem, a UFSC perdeu mais 37 bolsas de doutorado e 19 de mestrado de 70 programas de pós-graduação com notas 3, 4 e 5, informa a pró-reitora de Pós-Graduação, Cristiane Derani. Tratam-se de bolsas que foram finalizadas – com a defesa das teses e dissertações – e que seriam liberadas até dezembro para estudantes e programas de pós-graduação. No país, o corte anunciado na segunda-feira foi de 5.613 bolsas de mestrado e doutorado.
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A pró-reitora conta que só foi informada oficialmente sobre o corte ontem (3) de manhã, através de um ofício da Capes, mas que o funcionário responsável por gerenciar as bolsas avisou na segunda-feira que não conseguia mais acessar o sistema – da mesma forma que ocorreu em abril, quando a UFSC teve 70 bolsas de pós-graduação cortadas. “O procedimento foi o mesmo da outra vez: primeiro, o sistema ficou fora do ar e, quando fomos avisados, já era fato consumado. Dessa forma, não permitem que as bolsas finalizadas retornem para a instituição”.
Em alguns casos, as bolsas seriam destinadas a estudantes que já haviam sido selecionados e estavam na fila para recebê-las, noutros seriam distribuídas aos programas de pós-graduação que ainda organizam suas seleções.
Somadas às 70 bolsas cortadas em abril – 35 de mestrado e 35 de doutorado –, o total de bolsas perdidas pela UFSC este ano é de 126, considerando a modalidade de bolsas DS (demanda social). Em abril, também foram cortadas 11 bolsas de pós-doutorado, acrescenta a pró-reitora.
Na época, o MEC alegou que as bolsas cortadas eram “bolsas sem uso”, o que na verdade não existe, explica Cristiane Derani, pois são bolsas que estão em transição entre estudantes que estão a ponto de finalizar seus trabalhos e aqueles que esperam por uma bolsa para iniciá-los.
Contabilizando as perdas sofridas neste ano pela pós-graduação da UFSC, a pró-reitora lembra que, também no mês de abril, foram “prorrogadas” 41 das 124 bolsas Print (Programa Institucional de Internacionalização) de doutorado sanduíche que estavam previstas para a UFSC em 2019. Ela ressalva que o orçamento para esta modalidade da Capes faz parte de um programa distinto, com duração de quatro anos, início em 2018 e um valor fixo aprovado – R$ 55 milhões – e não poderia ser “cortado”. Assim, o término do programa foi estendido de 2022 para 2023 para justificar a “prorrogação” das bolsas. Mas, “na verdade foi corte pois o mesmo bolo passou a ser dividido em cinco e não em quatro anos”.