A portaria 34 da Capes, que alterou os critérios de distribuição de bolsas para programas de pós-graduação, será sentida de forma drástica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Isso porque, segundo os cálculos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação UFSC, serão cortadas 572 bolsas, o equivalente a 25% do total de bolsas da pós-graduação da universidade. No mestrado, serão 263 bolsas a menos e no doutorado a perda equivale a 309 bolsas.
Do total de 572 bolsas cortadas, 192 são bolsas CAPES PROEX de 20 Programas de Pós-Graduação de notas 6 e 7 (mestrado = 90 e doutorado = 102). Outras 380 bolsas CAPES DS foram cortadas nos 60 Programas de Pós-Graduação notas 3, 4 e 5 (mestrado = 173 e doutorado = 207).
“Os cortes são monstruosos, estão nos matando à míngua. Tirar bolsa é tirar pesquisa, é tirar aluno, é tirar todo o resultado que a gente poderia esperar de uma universidade que queria se manter como uma das melhores da América Latina. É o fim de um sonho”, lamenta Cristiane Derani, pró-reitora de Pesquisa Pós-Graduação da UFSC.
“A Andifes e o Fórum dos pró-reitores de pós-graduação enviaram uma carta ao presidente da CAPES indignados e pedindo que as bolsas sejam devolvidas”, acrescenta Cristiane. Segundo informa, o sistema teria que ser aberto até esta sexta-feira (20) para o cadastramento de novas bolsas, mas até agora permanece fechado.
Andifes e outras entidades reagem
Entidades de educação ligadas à Pós-Graduação se posicionaram, na última terça-feira (18), por meio de notas, onde declararam repúdio a Portaria 34 e pediram sua revogação. O Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, em tom de incredulidade, afirmaram que não houve diálogo com as entidades e que a medida da Capes foi unilateral.
Em nota encaminhada à imprensa e divulgada pelo site UOL, a Capes informou que a Portaria 34 “não implica em nenhum corte ou descontinuidade de pagamento das bolsas” e que ela “ampliou a velocidade de convergência das diretrizes para privilegiar os cursos mais bem avaliados.” Outro trecho da nota diz que, “com essas alterações, cursos com notas mais altas, como os de excelência, serão contemplados mais rapidamente com um número maior de bolsas que, muitas vezes, estavam alocadas em cursos com nota mínima há vários anos”.
Texto: Imprensa Apufsc