Tudo é ETA

Cronopiando por Koldo Campos Sagaseta.

Português/Español.

Meses atrás, o ministro japonês da Justiça, Minoru Yanagida, teve que pedir demissão como consequência do escândalo que provocaram umas declarações em relação a “como era fácil” o seu trabalho. Acontece que ministro da Justiça tinha afirmado que tudo consistia em lembrar duas frases: “não devo fazer comentários em casos individuais” e “estou agindo de forma apropriada de acordo com a lei e as provas”.
Curiosamente, no Estado espanhol, os últimos três ministros que se ocuparam da Justiça usaram uma só frase. Desde Fernando López Aguilar, aquele que quando não construía novas acusações aos presos bascos que já tinham cumprido a sua condena para torná-la em perpétua, escrevia prólogos para o gibi do Capitão Marvel; até Mariano Bermejo, que divertia seus tédios homologando títulos nobiliários aos Grandes da Espanha e duques de Mola e de Queipo de Llano, ou ia caçar sem licença em companhia de Garzón; passando pelo atual ministro e todos os tribunais e audiências sob a sua responsabilidade, só dispõem de uma frase: “tudo é ETA”.
E o que não é ETA é seu entorno, e se não  é o entorno é o vão da porta, e se ainda assim não é, o será amanhã porque tanto faz e tudo é ETA.
E assim será embora para consegui-lo tenham que manipular grosseiramente fotografias, como fez o jornal El Mundo nestes dias, tornando um cartaz em mãos da esquerda abertzale em que se lia “INPOSAKETARIK EZ”  (Não às imposições) em outro, que vinha a ser o mesmo, mas que só dava pra ler “ETA”.
A precisam tanto quanto o ar que infectam.

Versão em português: Tali Feld Gleiser.

Foto manipulada:

 

Todo es ETA
Meses atrás, el ministro japonés de Justicia, Minoru Yanagida, tuvo que dimitir como consecuencia del escándalo que provocaran unas declaraciones suyas en relación a “lo fácil” que era su trabajo. Y es que, había afirmado el ministro de Justicia, todo consistía en recordar dos frases: “no debo hacer comentarios en casos individuales” y “estoy actuando de forma apropiada de acuerdo a la ley y a las pruebas”.
Curiosamente, en el Estado español, los últimos tres ministros que se han ocupado de la Justicia se han manejado con una sola frase. Desde Fernando López Aguilar, aquel que cuando no construía nuevos cargos a los presos vascos que ya habían cumplido su condena para convertirla en perpetua, escribía prólogos para el cómic del Capitán Trueno; hasta Mariano Bermejo, el que entretenía sus tedios homologando títulos nobiliarios a los Grandes de España y duques de Mola y de Queipo de Llano, o se iba de cacería sin licencia en compañía de Garzón; pasando por el actual ministro y todos los tribunales y audiencias a su cargo, sólo disponen de una frase: “todo es ETA”.
Y lo que no es ETA es su entorno, y si no es el entorno es el umbral, y si aún no lo es lo será mañana porque, como quiera da igual y todo es ETA.
Y así será aunque para lograrlo tengan que manipular groseramente fotografías, como hiciera El Mundo en estos días, convirtiendo una pancarta en manos de la izquierda abertzale en la que se leía “INPOSAKETARIK EZ” (No a las imposiciones) en otra, que venía a ser la misma, pero en la que sólo aparecía “ETA”.
La necesitan tanto como el aire que infectan.

 

 

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