No último comício da Syriza antes das eleições hoje (15), o líder da coalizão de esquerda, Alexis Tsipras, disse aos milhares de apoiadores que “a sorte foi lançada” e que a Grécia vai “virar a página”. “No domingo, a Grécia vai mudar. Vai deixar para trás o medo e a insegurança, e aqueles que tentaram envenenar o povo grego com medo e insegurança, o senhor Samaras e senhor Venizelos (líderes da Nova Democracia e Pasok, respectivamente)“, disse Tsipras. A votação está sendo vista como um referendo sobre se o país deve ou não permanecer na zona do euro.
“Com o voto na Syriza, as pessoas vão virar as costas aos dois partidos da bancarrota, que vieram para pilhar a Grécia e diminuir a bandeira grega, dando-a como um troféu a Angela Merkel”, disse. A chanceler alemã estará, segundo Tsipras, com medo, “porque ela vai enfrentar pessoas que não lhe dizem sim a tudo”.
“Assustem os terroristas no domingo com o seu voto”, apelou Tsipras. Ele disse que na segunda-feira o memorando da austeridade já pertencerá ao passado. Referindo-se ao resgate bancário de 100 bilhões de euros à Espanha anunciado no fim de semana passado, questionou: “Se a Espanha pode ter financiamento sem condições, por que não pode a Grécia ficar na zona do euro sem um memorando desastroso?”
Apostando na vitória, o líder esquerdista prometeu formar “um governo de todos os gregos (…) com a Europa e o euro (…) e assim garantir a manutenção da Grécia na zona euro”. “Não ao memorando da bancarrota. Sim ao euro e a um plano nacional de recuperação da economia que proteja o povo contra o colapso (…) Estamos dispostos a discutir com a Europa a renegociação”, afirmou Tsipras, deixando ainda um recado aos especuladores financeiros: “Na segunda-feira, não apostem o seu dinheiro na saída da Grécia da zona euro. Vão perdê-lo. A vossa luta é o orgulho do movimento popular europeu”.
Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda de Portugal, esteve presente ao comício da Syriza, em Atenas, com uma mensagem de solidariedade e apoio à formação de um governo de esquerda no país. O dirigente bloquista frisou que “a Democracia na Grécia tornou-se a voz da Europa”. E defendeu: “É o momento de estarmos todos juntos pela Europa e contra os barões da finança e as elites corruptas que são responsáveis pela crise”.
As pesquisas de opinião mostram que o partido de esquerda está empatado na primeira colocação com os conservadores. Integrantes do Syriza rejeitaram com veemência as medidas de austeridade que a União Europeia tem apontado para a Grécia.
Fonte: esquerda.net
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