Trump diz que EUA precisam de fronteiras fortes e Europa e o mundo vivem uma “bagunça horrorosa”

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em sua conta no Twitter que os Estados Unidos precisam de fronteiras fortes e afirmou que Europa e o mundo vivem uma “bagunça horrorosa”. A mensagem é uma clara resposta às críticas de líderes da União Europeia sobre a política anti-imigração e à decisão da Justiça Federal americana que impede a deportação de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Somália e Síria) barrados nos aeroportos dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, Trump assinou uma ordem executiva que suspende a entrada de refugiados em território americano por pelo menos 120 dias e impõe estritos novos controles durante três meses contra viajantes procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. Segundo o Departamento de Segurança dos Estados Unidos, 375 pessoas foram afetadas pela medida. Desses, 109 estavam em viagem e foram barrados no aeroporto, enquanto 173 foram impedidos de embarcar pelas companhias aéreas. Houve protestos nos aeroportos.

Neste domingo, o Departamento de Segurança publicou um comunicado oficial para dizer que vai cumprir a decisão da Justiça. No entanto, a ordem executiva de Trump continuará válida, diz o texto. Isso quer dizer que o governo não deportará quem já foi barrado no aeroporto, mas tampouco pretende flexibilizar a restrição à entrada de estrangeiros. “As ordens executivas do presidente Trump continuam válidas – viagens proibidas continuarão proibidas, e o governo americano sustenta o direito de revogar vistos sempre que necessário para a segurança nacional ou segurança pública”.

O departamento sustenta ainda que a proibição de entrada nos Estados Unidos, no sábado, afetou menos de 1% dos 325 mil passageiros internacionais que chegam aos Estados Unidos todos os dias. “Nenhum estrangeiro em território estrangeiro, sem vínculo com os Estados Unidos, tem o direito de exigir livre entrada nos Estados Unidos ou benefícios de imigração”, diz o Departamento de Segurança Nacional. Em mais um sinal de que a Casa Branca deve endurecer normas de imigração ao invés de afrouxá-las, a CNN divulgou que o governo americano estuda exigir acesso às redes sociais e agenda telefônica de turistas, durante o processo de migração.

Críticas

A chanceler alemã Angela Merkel disse ao presidente americano, Donald Trump, que o combate ao terrorismo não é justificativa para proibir refugiados ou pessoas de países de maioria muçulmana de entrar nos Estados Unidos. O teor da conversa entre Merkel e Trump foi divulgado neste domingo pelo porta-voz da chanceler. “Ela está convencida que mesmo que seja necessário, a batalha contra o terrorismo não justifica colocar sob suspeita pessoas de fé ou origem específicas”, afirmou o porta-voz Steffen Seibert.

Algumas horas antes, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou “discordar” das restrições migratórias impostas por Trump. “A política migratória dos Estados Unidos é um assunto do governo dos Estados Unidos, do mesmo modo que a nossa é determinada por nosso governo. Mas estamos em desacordo com esta forma de encará-la”, disse um porta-voz de Downing Street. “Se tiver um impacto para cidadãos do Reino Unido, vamos a intervir ante o governo americano”, completou.

Respeito ao sofrimento dos refugiados é uma obrigação, e o medo do terrorismo não é um motivo legítimo para recusar abrigo a eles, afirmou neste domingo o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault. A declaração de Ayrault foi feita depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para restringir pessoas de sete países de maioria muçulmana de entrarem nos Estados Unidos. “Aceitar refugiados é um dever de solidariedade”, disse Ayrault no Twitter. “O terrorismo não conhece nacionalidade. A discriminação não é resposta”.

No sábado, o presidente da França, François Hollande, disse a Trump por telefone para respeitar os refugiados. Ele também o alertou sobre suas políticas comerciais, dizendo que uma postura protecionista terá consequências econômicas e políticas.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, recebeu refugiados de guerra mesmo depois que as companhias aéreas canadenses disseram que recusariam passageiros que iriam aos Estados Unidos para cumprir uma proibição de viagem a pessoas de sete países de maioria muçulmana. Em tweets postados um dia depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, estabeleceu o período de quatro meses para permitir a entrada de refugiados nos Estados Unidos e proibiu viajantes de sete países, Trudeau disse que os refugiados são bem-vindos no Canadá.

“Para aqueles que fogem da perseguição, do terror e da guerra, os canadenses irão recebê-los, independentemente de sua fé. A diversidade é nossa força #WelcomeToCanada”, disse Trudeau no Twitter. O gabinete de Trudeau afirmou que as autoridades dos EUA confirmam que titulares de passaportes canadenses, incluindo com dupla cidadania dos sete países, não seriam afetados.

Fonte: Revista Fórum.

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