Trump assina ordem executiva para suspender vistos de trabalho

Foto: Shealah Craighead/Flickr/White House

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou à carga contra a imigração e vai assinar uma ordem executiva que suspende a emissão de vistos de trabalho. Segundo oficiais da Casa Branca ao jornal New York Times, a medida, que procura limitar a entrada de estrangeiros durante a crise económica provocada pela pandemia – evitará que mais de meio milhão de imigrantes possam trabalhar nos Estados Unidos.

São várias as categorias afectadas pela nova ordem. Os “cartões verde” – que dão residência permanente a estrangeiros – ficam também proibidos, e fontes da Casa Branca ao mesmo jornal apontam que Trump vai procurar alterar a lei estadunidense para que a prioridade na emissão de vistos de trabalho seja dada a trabalhadores bem pagos, altamente qualificados, que possam competir menos com trabalhadores estadunidenses.

Há alguns tipos de trabalho que ficam isentos desta suspensão, nomeadamente trabalhadores na área da saúde, já que são necessários para combater a pandemia e apoiar o sistema de saúde numa altura em que o número de casos no país continua a crescer. Segundo uma fonte do departamento de Administração Interna à agência Reuters, a ordem do Presidente deixa também de fora trabalhadores estrangeiros já dentro do território estadunidense.

Também ficam de fora pessoas que trabalhem no ramo da agricultura, entre outros ramos. No total, a medida previne que 525 mil imigrantes entrem no país até ao final do ano. As empresas mais afectadas seriam as do ramo da tecnologia, que dependem do recrutamento internacional para ocupar um grande número de vagas.

A medida não terá grandes efeitos imediatos, já que muitos consulados e embaixadas dos Estados Unidos continuam fechados, impedindo o processamento de vistos de trabalho.

É a segunda vez que a administração Trump procura limitar a entrada de trabalhadores estrangeiros, como uma estratégia proteccionista justificada com o elevado desemprego em trabalhadores nacionais. Em Abril, o Presidente assinou uma ordem que suspendia durante 60 dias a emissão de “cartões verdes”, mas a pressão das grandes empresas que dependem destes trabalhadores acabou por fazer a medida cair por terra.

Agora, a nova ordem baseia-se na mesma ideia, muitas promovida por Stephen Miller, o conselheiro de Trump que é visto como o principal responsável pelas políticas anti-imigração do Presidente. Nos últimos meses, Miller intensificou os apelos a que a entrada de trabalhadores estrangeiros fosse limitada, argumentando que nesta fase é melhor dar empregos a esatdunidenses.

A ordem executiva surge menos de uma semana depois de ter sido chumbada no Supremo Tribunal a tentativa de Trump cancelar o programa DACA, um programa de imigração criado por Barack Obama que dá estatuto especial de residência a mais de 600 mil pessoas nascidas no estrangeiro mas a viver nos EUA desde crianças.

Também esta segunda-feira, foi finalizada uma medida que levanta um dos inúmeros requerimentos para pedidos de asilo durante os próximos 30 dias, o que na teoria resultará que o processo de pedido de asilo demore ainda mais tempo.

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