Três novas renúncias no Reino Unido agravam crise do governo de Boris Johnson

Novas saídas do governo elevam a 13 o número de renúncias, os políticos conservadores afirmam terem perdido a confiança no primeiro-ministro

13 ministros e secretários de Estado da gestão Johnson deixaram seus postos desde terça-feira (05/07). Foto: Tim Hammond / No 10 Downing Street

RFI.- Após a renúncia dos ministros da Saúde e das Finanças, dois outros ministros do Reino Unido e um alto funcionário anunciaram nesta quarta-feira (06/07) que estão abandonando o governo de Boris Johnson. As novas saídas elevam a 13 o número de renúncias desde ontem, os políticos conservadores afirmam terem perdido a confiança no primeiro-ministro.

Mais uma vez, Boris Johnson luta por sua sobrevivência política. Seu governo está cada vez mais enfraquecido, treze ministros e secretários de Estado deixaram seus postos desde terça-feira.

Após a demissão quase simultânea de Rishi Sunak, à frente do ministério das Finanças, e de Sajid Javid, da Saúde, nesta quarta Will Quince pediu demissão do ministério da Infância e da Família, Robin Walker deixou o posto de responsável pelos padrões escolares, e Laura Trott abandonou seu cargo de chefia no Ministério dos Transportes.

Os conservadores afirmam ter perdido a confiança no primeiro-ministro, após Johnson ter pedido desculpas públicas na terça-feira (05/07) pela nomeação de Chris Pincher, um acusado de assédio sexual, como vice-líder da bancada conservadora no Parlamento.

O governo de Boris Johnson insistia não ter conhecimento das acusações quando Pincher foi nomeado, mas após a divulgação de que ele tinha informações sobre os casos de assédio desde 2019, o primeiro-ministro foi obrigado a pedir desculpas e reconhecer “o erro”.

Enfraquecido mas determinado a manter seu governo, Boris Johnson defenderá sua posição no Parlamento durante a sessão semanal de perguntas ao primeiro-ministro, que acontece nesta tarde.

Momento economicamente difícil

A demissão de Rishi Sunak da pasta de Finanças acontece em um momento econômico particularmente difícil no Reino Unido, em meio a uma crise devido ao aumento do custo de vida que causa protestos.

A inflação está em seu nível mais alto dos últimos quarenta anos. Em maio, a taxa chegou a 9,1% em 12 meses.

Em sua carta de renúncia, o ex-ministro de Finanças afirmou que o povo britânico espera que o governo se conduza de maneira “competente” e “séria”. Por considerar que esse não é o comportamento do governo Johnson, Sunak disse que era por isso que se demitia.

A nova crise agrava a situação de um governo já enfraquecido por uma série de escândalos ao longo dos últimos anos. Johnson perdeu apoio após a denúncia da organização de festas em Downing Street durante a pandemia. No início de junho, seu próprio partido pediu um voto de confiança contra Johnson, mas o primeiro-ministro conseguiu vencer a votação e se manter no cargo.

No jornal Telegraph, o ex-secretário de Brexit, David Frost, que deixou o governo em dezembro, pediu a Johnson que se demitisse para “não levar o partido e o governo com ele”.

Uma pesquisa do YouGov publicada nesta terça à noite aponta que 69% dos eleitores britânicos acreditam que Boris Johnson deveria se demitir.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.