Três conferências movimentam projeto de dança contemporânea

O projeto “Trânsitos Indisciplinados” segue com uma nova etapa de trabalho, agora com uma proposta mais reflexiva e de diálogo. Três conferências movimentam a agenda dos artistas envolvidos na proposta que busca o desenvolvimento de pesquisa e reflexão em torno de dança contemporânea expandida, inclusão, fotodança e sustentabilidade. As conferências serão realizadas no dia 11 de julho, às 19 horas, será em versão on-line pelo instagram @transitosindisciplinados e, finalmente, no dia 12 de julho, às 16 horas, no Memorial Meyer Filho, em Florianópolis. Obras na Prefeitura afetaram a agenda da terceira conferência que será realizada em Blumenau, cuja data ainda está em aberto.

As conferências proporcionam uma apresentação dos procedimentos de investigação realizados ao longo do projeto pelos artistas envolvidos. Inclui a exposição dos conceitos trabalhados, das fotodanças produzidas com artistas convidados e, ainda, dos recursos utilizados para expandir os possi?veis do corpo e da dança.“Trânsitos Indisciplinados”, que tem a chancela do edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura/Dança – 2023, envolve seis artistas convidados de diferentes regiões de Santa Catarina, quatro artistas-pesquisadores e uma profissional especializada em audiodescrição. Os artistas convidados são Cariú BM, nascido na região Oeste, a Cia. Mov In e Antonio Bruckmann, de Blumenau, Ana Flavia Piovezana, de Florianópolis, Rafael Henrique de Criciúma e Erika Rosendo, de Garuva.

Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati são os artistas-pesquisadores. Todos vivem e atuam em Florianópolis (SC). Com um viés transdisciplinar, eles apostam em pesquisa performativa e colaborativa com a intenção de pensar a dança e seus propósitos em seis encontros presenciais, realizados entre abril e julho, em uma revista digital, um documentário sobre as ações dos artistas convidados e três conferências.

A transdisciplinaridade se evidencia, a começar pela formação dos artistas-pesquisadores, cada um especializado em diferentes linguagens, como a escrita crítica na dança, teatro – cenografia e design, a fotografia – vídeo e figurino – artes visuais e moda. O diálogo entre diferentes áreas do conhecimento e seus dispositivos enriquecem os múltiplos desdobramentos nas performances de dança dos artistas convidados que garantem a produção de “fotodanças” e reflexões centradas no desenvolvimento de conceitos sobre o corpo, a sustentabilidade artística, a inclusão, entre outros procedimentos criativos. Todos os materiais usados são de descarte fornecido por empresas de Santa Catarina ou por sobras de figurinos de produções artísticas do passado.

Adriana, Jussara, Prim e Roberto são oriundos da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), com formações diferenciadas, todos com ampla contribuição no campo da arte e cultura de Santa Catarina, sobretudo no campo da dança contemporânea. Em situações distintas, em espetáculos, eventos de reflexão e publicações, eles já atuaram juntos. Um grupo, portanto, que se aproxima pelo conhecimento, experiências conjuntas e pelo afeto.

Ações performativas

Cariú BM, artista da dança, da performance, do canto e do audiovisual, foi o primeiro a fazer sua ação performativa em 25 de abril, na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis. Pessoa trans não-binária, formada no curso de bacharelado em dança da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é mestre em artes cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde investiga os processos de elaboração de si a partir do corpo e da videodança.

A Cia. de Dança Mov In nasce da inquietude de estudar coletivamente o desenvolvimento de dinâmicas de movimento na dança em sua forma mais ampla – dança contemporânea, urbana, breaking e popular – no diálogo com outras linguagens artísticas, entre elas a fotografia, o beat making, as artes visuais e o teatro. Legitimada com projetos de incentivo, a companhia tem o espetáculo “[In]fixo” (2022) em circulação e se encontra no começo de uma nova montagem.

Ana Flávia Piovezana, bailarina com síndrome de Down, integrante desde 2014 da Companhia Lápis de Seda, de dança inclusiva, representa a Grande Florianópolis e fez sua experiência no dia 31 de maio, no Jardim Botânico, na Capital. Ela começa sua formação em dança em 2003, com Ana Luiza Ciscato na Academia “Estação Dançar”. Investe em oficinas de aprendizagem de modo constante e dançou nos espetáculos “CorAção”, “Deixe-me Ir”, “Convite ao Olhar”, “Será que É de Éter?”, “Masculino Diverso”, “Casa” e “Desapego”.

Rafael Henrique, também conhecido artisticamente como Young, realiza sua ação no sábado, 1º de junho, na passarela da ponte Pedro Ivo e nos seus arredores, em Florianópolis. Ele começa em 2005 sua trajetória nas danças urbanas. Professor, coreógrafo e bailarino, um grande entusiasta da cultura hip-hop, cursa licenciatura em dança, buscando cada vez mais alçar novos voos artísticos e é também MC, produtor de eventos urbanos, rapper, ator e modelo, um artista em constante movimento.

O ator, bailarino, diretor e coreógrafo Antonio Bruckmann fez sua intervenção no Campus 1 da Universidade Regional de Blumenau (Furb), no dia 2 de julho. Natural de São Miguel do Oeste (SC), é ator, bailarino, diretor e coreógrafo que vive em Blumenau, onde cursa a graduação de licenciatura em dança Furb. Como estagiário da Divisão de Cultura da Furb, ajuda na montagem de exposições de diferentes artistas brasileiros. É bolsista e instrutor do Grupo de Dança-Teatro da Furb desde 2023. Atua em produções do Grupo Teatral Phoenix no qual integrou os espetáculos: “Libertæ” (21); “A Vida é Sonho” (22); e “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (24). É pernalta (uso de pernas de pau), desde 2023, atuando no espetáculo “Tertúlia: Carta 16 – A Estrela” (22) da Cia. Teatral Quiçá. Participa de festivais como o Colmeia e o Festival de Curitiba na mostra Fringe (23/24). Dirige o espetáculo “Cicada” (23) em que discute a criptografia na dança, utilizando métodos algorítmicos de composição. Em 2022, cria a coreografia “Sombra”, com a qual integra o 21º Unesc em Dança (22) e Sesc em Dança (23). Ganha o Prêmio de Bailarino Destaque dois anos consecutivos no Festival Escolar Dança Catarina (18/19), recebendo uma moção de aplausos da Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste.

Erika Rosendo, artista nordestina nascida em Natal (RN) representa o Norte, já que vive em Garuva. Figura multifacetada no universo da dança contemporânea, desempenha diferentes papéis entre o palco e os bastidores. Sua jornada profissional agrupa experiências como professora, pesquisadora, performer, bailarina, intérprete, criadora, ensaiadora e assistente de direção, atuações em que traça a influência em regiões distintas do Brasil. Atuou como professora na EDTAM (RN), Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (SC), Primeiro Ato Centro de Dança (MG), Escola do Grupo Corpo/Corpo Escola de Dança (MG), ministrando aulas de dança contemporânea, composição coreográfica, danças circulares e danças populares brasileiras. Também tem prêmios como o de Melhor Bailarina do 26º Festival de Dança de Joinville, com a coreografia “Em Solo” de sua autoria. Como intérprete criadora, assina a trilogia dos espetáculos solo, composta por “Autorretrato” (2008), “Retrato do Outro” (2009) e “Nós – Acontecimentos da Dança e Vida Contemporânea”. Sua dança alcançou os palcos da Alemanha, da Espanha em Cádiz, República Tcheca na cidade de Praga e Viena,t na Áustria. Integrou o elenco da CDTAM (RN), do Grupo Primeiro Ato (MG), Ama Cia. de Dança, e atua no Coletivo Mina (MG). Erika é corresponsável pelo Espaço de Vivências Monte Crista, em Garuva, onde realizou sua ação performativa em 7 de junho.

Sobre os artistas-pesquisadores

Jussara Xavier

Atuação como crítica, diretora, pesquisadora, professora, gestora, curadora, bailarina, ensaiadora, jurada, avaliadora e coordenadora de projetos culturais. Coordenadora e professora da pós linguagem e poética da dança da Furb. Professora colaboradora dos cursos licenciatura em dança e em teatro da Furb (2018/2024), tecnologia em produção Cênica (UFPR, 2021/22) e graduação em teatro (Udesc, 2011/16). Gestora de projetos, coordenadora e professora da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (2001/08). Diretora artística do projeto Fora da Caixa, Blumenau, desde 2019. Atuou como diretora, coordenadora de programação e curadora do Festival Internacional Múltipla Dança (2006-21), em 11 edições, Florianópolis. Criadora e produtora do projeto Tubo de Ensaio, Florianópolis, com foco na dança/arte contemporânea e diferentes formatações. Autora dos livros “Corpo, Corpo Meu, que Dança Sou Eu? (2022), “Grupo Cena 11. Dançar é Conhecer” (2015) e “Acontecimentos de Dança: Corporeidades e Teatralidades Contemporâneas (2013). Coorganizadora dos livros “Tudo Isto É Dança volumes 1 e 2 (2023, 2021); “Múltipla Dança: Festival Internacional de Dança Contemporânea. 10 anos em Encontros” (2020); “Tubo de Ensaio. Composição [Intervenções + Interseções]” (2016), entre outros. Responsável pela pesquisa, realização e direção do documentário “Ballet Desterro: Contemporaneidade na Dança Catarinense” (2010). Pesquisadora e redatora de verbetes para a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras, dança, Instituto Itaú Cultural (SP-2011/12). Pesquisadora do Programa Rumos Itaú Cultural Dança (SP, 2000/09). Crítica de dança do jornal A Notícia (2001/2010). Dançou nos grupos Raça (SP) e Cena 11 (SC). Pós doutora em filosofia, doutora em teatro, mestre em artes – comunicação e semiótica e especialista em dança cênica.

Roberto Gorgati

É ator, cenógrafo, bonequeiro e artista gráfico. Doutor e mestre em teatro pela Udesc. Licenciado com habilitação em teatro, pela mesma instituição. Possui formação técnica plena em Desenho de Comunicação pela ETESG Carlos de Campos, SP. Criou ilustrações em trabalhos voltados ao público infantil, incluindo o livro “A Flor da Tuna” (2021), com textos de Felícia Fleck; “Corpo, Corpo Meu, que Dança Sou Eu? com texto de Jussara Xavier. Ilustrou capas e encarte de discos. Nos anos de 2008, 2010 e 2012 trabalhou na concepção de identidade visual do material gráfico do projeto “Vértice Brasil” em Florianópolis. Desde 1997 trabalha com grupos de teatro e dança em Florianópolis. Com o grupo Kaiowas atuou como cenógrafo nos espetáculos “Oito Trigramas” (2001) e “Pausa” (2003). No ano de 2004 desenhou figurino e construiu objetos de cena para o espetáculo “Error”, da Siedler Cia. de Dança. Recentemente, produziu cenografia e elementos de cena para espetáculos de dança e teatro, como “Projeto Sintoma” (2021) e “O Pior de Mim” (2016) de Monica Siedler; “Ignorãça” (2015) de Jussara Xavier; “Protocolo Elefante” (2015) e “Monotonia de Aproximação e Fuga para Sete Corpos” (2014) de Alejandro Ahmed com o Grupo Cena 11.

Assinou cenografia e iluminação para espetáculos como “Récita – Tudo Aquilo que Chama a Atenção, Atrai e Prende o Olhar” (2016), “A Menina Boba” e “Luisa”, em parceria com a diretora e atriz Barbara Biscaro. Criador da mascote Fita para o Festival Internacional de Teatro de Animação (Fita). Como docente da Udesc entre 2009 a 2012, ministrou disciplinas de teatro de animação, improvisação teatral, laboratório de composição e espaço teatral. Atualmente desenvolve trabalhos de pesquisa artística com teatro de bonecos, artes gráficas e poéticas de composição em dança.

Cristiano Prim

Natural de Blumenau e licenciado em educação arti?stica pela Udesc, Floriano?polis (SC). Especializado em retratar o movimento evidenciado na dança de Santa Catarina, com uma trajetória profissional de mais de 25 anos na cidade. Seu arsenal de imagens representa uma oportunidade de conhecimento e interrogação acerca da dança, aponta questões poe?ticas, histo?ricas, sociais, poli?ticas, tecnolo?gicas e econo?micas. Reconhecido por sua trajetória no edital Aldir Blanc, com o qual realiza em 2022 uma oficina de fotografia voltada as artes cênicas com ênfase em dança. Faz a exposição autoral “O Foto?grafo tambe?m Danc?a”, contemplada no edital Elisabete Anderle de 2015, na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti (2016), no Floripa Shopping (2017) e na Semana da Dança na UFSC (2019), em Floriano?polis. Atua como foto?grafo numa temporada no Teatro Ballhaus Naunynstraße em Berlim/ Alemanha (2016). Como integrante, fotografa o Grupo Cena 11, Eduardo Fukushima e Michelle Moura no evento The Sky Is Already Falling – HAU, em Berlim e Du?sseldorf. No Cena 11 Cia. de Dança, atuou como foto?grafo e cenote?cnico (1995-2014), E? o foto?grafo das principais escolas de dança de Floriano?polis, como Cenarium e Garagem da Dança, Arte&Dança, ale?m de parceiro e atuante na cultura em diferentes projetos nos editais de cultura das artes cênicas de Santa Catarina. Parceiro do Festival Múltipla Dança, Palco Girato?rio e Floripa TAP. Foi coordenador da equipe fotogra?fica responsa?vel pela cobertura das duas primeiras edições do evento Maratona Cultural de Floriano?polis.

Adriana Barreto

Figurinista e artista visual. Graduação (2005) e mestrado em artes visuais (2008) pela Udesc. Formada em cenografia e figurino pela SP Escola de Teatro (2019). Artista visual atuante desde os anos 2000, em curadorias e exposições nos principais espaços da cidade de Florianópolis e no cenário nacional. Fundadora e integrante dos coletivos Espaço Contramão e Espaço-loja 55, em Florianópolis. Desde 2012 desenvolve projetos em figurino e cenografia para cinema, teatro, dança e performance. Entre seus trabalhos autorais destacam-se: “A Vida É Sonho – Bastidores em Cena” (2022); figurinos e cenografia para o espetáculo “Circo de los Pies”, figurinos e cenografia para “Por Onde Anda a Chuva”, ambos da La Luna Cia de Teatro (2023), cenografia e assistência de figurinos para “Dançando Acima das Fogueiras” – Traço Cia de Teatro (2023); figurinos para os espetáculos de dança dirigidos por Jussara Xavier: “Mais sobre Aquilo que Prefiro Acreditar que Seja Agora” (2016), “Ignorãça” (2014) e “Assemblage” (2013) – prêmio de melhor figurino no Fitub (Blumenau, 2014). Em 2021 concebeu com Jussara Xavier o projeto “Dança-Figurino – Propostas de Experimentação Contemporânea”, com oficinas e lives centradas no diálogo entre dança e figurino. Também em 2022 participou da Oficina Gambiarras Urbanas como professora na área de figurinos, um projeto selecionado no prêmio Elisabete Anderle (2021). Concepção e execução de figurino para o espetáculo de dança “Direção Múltipla” (2014) de Daniela Alves. Figurino e adereços para “4,5,4,3… Um Passo de Cada Vez” (Salvador, 2019); figurinos e adereços para “E.fei.to (2019); cenário e figurino para “Ble-cau-te” (SP, 2018); figurinos para o curta-metragem “Polaris” (SP/Estocolmo, 2018); cenário e figurino para “Contrata-se” (RJ, 2017). Foi assistente de figurinos de J. C. Serroni na ópera “A Flauta Mágica” (SP, 2019) e de Anne Cerutti nos espetáculos “A Pane” (SP, 2021/22), “Beijo no Asfalto” (SP, 2019) e “Megera Domada” (SP, 2018).

 

EQUIPE TÉCNICA

Artistas-pesquisadores: Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati

Artistas convidados: Ana Flavia Piovezana, Antonio Bruckmann, Cariú BM, Cia. de Dança Mov In, Erika Rosendo e Rafael Henrique

Coordenação administrativa e produção: Adriana Barreto e Jussara Xavier

Audiodescrição: Lilian Vilela

Designer gráfico: Roberto Gorgati

Assessoria de imprensa: Néri Pedroso

Gestão de mídias sociais: Adriana Barreto, Cristiano Prim, Jussara Xavier e Roberto Gorgati

SERVIÇO

11.7.2024, 19h – instagram @transitosindisciplinados

12.7.2024, 16h – Memorial Meyer Filho, rua 15 de Novembro, 180, Centro, Florianópolis

Blumenau: em aberto

REALIZAÇÃO

Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura ? Dança – Edição 2023, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina

APOIO

Euroambiental, Fundação Cultural de Blumenau, Grupo Soma e Memorial Meyer Filho

SAIBA MAIS

@transitosindisciplinados

http://www.euroambiental.eco.br/

https://www.somagrupo.com.br/nossas-somas/

CONTATOS

Ass. imprensa: NProduções Néri Pedroso (jorn.) (48) 9-9911-9837 (whats), Jussara Xavier (48) 99946-4731, Adriana Barreto (11) 96080-3858

Proposta cultural realizada com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – 2023

NProduções Néri Pedroso (jorn.) [email protected] Skype: neripedroso  Face: Néri Pedroso (48) 9911-9837/3248-4158

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.