Por Morgana Martins – Redação UàE.
O transporte coletivo voltou ontem (10) a circular na Grande Florianópolis. A autorização foi dada pelo governo de Santa Catarina na sexta-feira passada (7), o qual retirou a região de Grande Florianópolis da classificação de risco gravíssimo para o coronavírus. A decisão poderia ser restringida pelas prefeituras, mas Gean Loureiro confirmou o retorno da circulação de ônibus em Florianópolis.
Santa Catarina tem mais de 106 mil casos confirmados e contabiliza mais de 1500 mortes. Segundo o Covidômetro, instrumento de avaliação sistemática diária da situação do Covid-19 no município de Florianópolis, a situação da cidade ainda aponta “Altíssimo Risco” para coronavírus, indicando a restrição máxima. Já são mais de 8 mil casos registrados na cidade, 79 óbitos e mais de 76% dos leitos estão ocupados.
No mês de junho, a partir do dia 17, a Prefeitura de Florianópolis aprovou o retorno dos transportes e o resultado não poderia ser pior: ônibus lotados, aglomerações e aumento de casos. No dia 13 de julho as linhas foram desativadas pois após a cidade entrar em risco altíssimo para contaminação por coronavírus.
Foi quando vimos aumentar rapidamente os números de casos na região. Como indicado nos gráficos a seguir, em questão de quase 30 dias, do final junho ao final julho, há uma aumento evidente no total de casos confirmados na cidade, alterando o padrão de crescimento do número de casos que havia até então. Foi também o momento em que aumentou a curva de óbitos acumulados. Ou seja, a cidade não está preparada para o retorno da circulação de ônibus; os dados indicam o que o retorno do transporte público acarreta para a cidade.
Além disso, pesquisas realizadas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre o coronavírus em São Paulo, indica que usar transporte público é uma das três variáveis que mais influenciam as mortes pelo novo coronavírus na cidade de São Paulo. Além disso, os motoristas de ônibus são os trabalhadores mais vulneráveis ao coronavírus, com 70% a mais de chance de contágio, como indica pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).