Transporte coletivo – o que fizeram Angela, Gean e a Frente Popular? Por Elaine Tavares

As eleições vêm aí numa cidade que não verá debates entre os candidatos, pelo menos não nas redes de massa. Isso significa que as pessoas caminharão para as urnas praticamente sem informação, porque as campanhas políticas só falam das coisas lindas que cada candidato vai fazer. Só que uma cidade não vive só de futuro. É preciso um passo atrás, uma mirada para o passado, para que os erros não se repitam. Daí que eu quero falar sobre o transporte.

Foi no governo da Frente Popular que nasceu a ideia do transporte integrado. Era uma proposta que faria a integração entre os bairros, ligando, por exemplo, o norte ao sul sem passar pelo centro. Era uma proposta transformadora para o transporte. Mas, aí veio a eleição e ganhou a Angela Amin. Ela mudou a proposta original e criou esse monstro que temos hoje, o transporte desintegrado. Além disso criou uma série de espaços de transbordo que logo em seguida se mostraram inúteis. Dinheiro público jogado fora e um transporte que não funciona. Tudo depende do centro. Linhas curtas que realizam transbordo causando aumento no tempo da viagem, linhas longas que não se ligam com outros bairros. É uma baita confusão e um transtorno cotidiano. Quem usa o ônibus sabe.

Depois da Angela veio o Dário, que prometeu mudar tudo e não mudou. Só piorou. Depois veio o César Souza e o Gean e o transporte coletivo segue sendo o nó górdio da nossa vida. Uma tragédia diária. Ou seja, todos esses candidatos que aí estão prometendo mundos e fundos já estiveram no governo, seja como pessoa, seja como partido, e não mudaram nada. A cidade seguiu sendo governada dando prioridade aos ricos.

É por isso que os florianopolitanos deveriam dar uma chance à Frente Popular. Elson e Lino são dois urbanistas reconhecidos. E o que é isso? É uma pessoa que estuda e conhece a cidade, a cidade como espaço de vida das pessoas, dos trabalhadores. Não apenas o lugar de lazer e privilégio dos ricos. A cidade como lugar de vivência de todos.

A pergunta é: por que dar o voto a quem já esteve ali e já mostrou que não prioriza e gente? Não cuida das comunidades mais distantes, não se preocupa com o lazer das pessoas, com a mobilidade, com a moradia. Porque não apostar no novo. Se a memória for puxada até o tempo do governo do Grando – Frente Popular – vai ser possível lembrar que foi nesse governo que os ônibus finalmente foram levados aos morros, foi nesse governo que aconteceu o orçamento participativo, no qual os bairros decidiam as obras que necessitavam. Nesse governo houve uma real inversão das prioridades e os trabalhadores, os empobrecidos, tiveram vez e voz. Por que então não apostar na Frente Popular, que já fi poder e tantas coisas boas fez?

Só uma busca rápida na memória e a gente vê que já teve um momento de mudança na cidade e que esse momento foi definido por um governo de Frente Popular. Já os demais, que também já experimentaram o poder, sempre fizeram mais do mesmo: tudo para os ricos e restos para a maioria.

É tempo da gente fazer acontecer a cidade que queremos. A cidade onde cada um de nós possa viver feliz. Mas isso não vai acontecer colocando os representantes dos ricos no poder. Há que ser o povo que está aí na luta com a gente desde sempre, sem nunca esmorecer.

Bora votar 50 para prefeitura. As coisas vão mudar. Não apenas no transporte, mas em tudo, como um dia mudou…

Elaine Tavares é jornalista em Florianópolis.

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

#AOutraReflexão #SomandoVozes

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