Por Paula Guimarães.
Os trabalhadores/as da Casan entrarão em greve por tempo indeterminado em 26 de junho. A categoria está em estado de greve desde o dia 10 de junho com a decisão da assembleia geral. “Optar pela greve é sempre difícil. Contamos com o apoio da população nesse movimento, afinal é obrigação de todos os cidadãos lutar pelo bem público”, afirma o presidente do Sintaema, José Oliveira Mafra. O dirigente explica que a medida é uma forma de protesto contra o descaso com que a diretoria da empresa e o governo estadual tratam as reivindicações apresentadas pela categoria. De acordo com ele, a Casan enfrenta grande déficit de funcionários. Embora tenha realizado vários concursos, nos últimos anos houve poucas contratações.
Além das questões de natureza econômica, as categorias lutam para implementar uma reestruturação administrativa e organizacional na companhia e uma gestão técnica e eficiente, que entre outras medidas envolve:
1 – Redução do número de diretorias/assessores e funções comissionadas;
2 – Qualificação da Gestão com definição de um perfil técnico para ocupação dos cargos de diretoria e de funções comissionadas;
3 – Contratação imediata de no mínimo 250 novos empregados (as) concursados(as), para os serviços essenciais de operação e manutenção dos sistemas de água e esgoto;
4 – Reestruturação das Superintendências e Agências Regionais;
5 – Eleição de um Diretor Executivo da empresa, nos termos da Constituição Estadual;
6 – Fim das terceirizações dos serviços nas áreas fins da empresa e contratação de pessoal através de concurso público;
7 – Revisão do Plano de Cargos e Salários (PCS), com descompactação da escala salarial e elevação das faixas salariais.
Três meses de negociações
Durante três meses, a categoria tentou negociar com a diretoria da Casan. Foram dezenas de reuniões, três rodadas de assembleias regionais e ainda três paralisações. Em algumas dos encontros, a direção da Casan se mostrou disposta a aceitar algumas revindicações, com destaque para a descompactação da escala salarial e a alteração das faixas salariais. Apostando no diálogo, a direção do sindicato discutiu com a categoria e adiou a assembleia por um mês. Porém, a diretoria da companhia recuou na construção de uma proposta, desistindo do compromisso de implantar as sugestões da Comissão Paritária, sob a alegação de que a lei eleitoral proibia os ajustes. “Defendemos o fortalecimento da Casan pública e lutamos por uma gestão sem interferência política, com melhorias urgentes na prestação de serviços para toda a sociedade catarinense”, enfatiza o dirigente.
Foto: Sintaema