Por Marcela Cornelli.
Diretora de Comunicação do Sindes.
O Sindes Florianópolis e Região Sul participou do III Congresso da Fites em Fortaleza realizado nos dias 25 e 26 de agosto. No Confites foi eleita a nova direção da Federação. Houve chapa única e o Sindes fará parte da nova direção, elegendo os companheiros Edilson Santos para presidente da Federação, Cristiane Silva para a secrataria geral e Sivandra Raquel Krauspenhar para o conselho Fiscal. O Sindes também participou da Plenária de Prestação de Contas da Federação que aprovou as contas referentes ao período anterior e o orçamento de 2013, além do Congresso de Reforma Estatutária que aprovou o novo Estatuto da Fites. Entre as mudanças da Reforma Estatutária estão a transformação da Federação, que hoje é Interestadual, em uma Federação Nacional, dando mais força a nossa luta e organização política, e criação de uma secretaria de saúde do trabalhador.
Durante os debates do Confites foi lembrada todo o tempo a necessidade da luta unificada com as demais categorias de trabalhadores, a luta pelo fim do assedio moral dentro dos sindicatos, a necessidade de discutirmos e implementarmos na Fites e nos estados programas de saúde do trabalhador e o fortalecimento da nossa Federação, pois uma Federação forte , fortalecerá a luta os estados. No debate sobre Os Novos Rumos do Sindicalismo no Século XXI, durante o Confites, Alessandra Parreiras, Secretaria de Relações do Trabalho da Superintendência Regional do Estado de Minas Gerais, disse que “a categoria de sindicatários é uma das mais sofridas”. Lembrou que a prática de assédio moral tanto combatida pelos sindicalistas é reproduzida nas estruturas sindicais, disse que é preciso combater estas práticas anti-sindicais e afirmou que os sindicatos passam hoje por uma crise de identidade sendo necessário debater os rumos do sindicalismo no país.
Carlos Antonio Chagas, advogado trabalhista e coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Ceará, alertou sobre a falta de solidariedade nas relações de trabalho e sobre a destruição das lutas coletivas provocada pelo neoliberalismo. Criticou ainda a postura do Poder Judiciário que julga ilegal greves legítimas dos trabalhadores, impõe os interditos proibitórios e chega a exigir que 80% dos trabalhadores retornem ao trabalho, minando o movimento paredista.
Falou sobre a ameaça da desregulamentação e flexibilização das leis trabalhistas, lembrou que os trabalhadores cada vez mais precisam ser polivalentes, exercendo várias funções aos mesmo tempo, o que leva ao adoecimento e acirra o assédio moral nos locais de trabalho.
Gérson Marques, vice coordenador da Coordenação Nacional e Promoção da Liberdade Sindical (Conalis) do Ministério Público do Trabalho, lembrou da divisão dos sindicalistas e da falta de união que assola o movimento atualmente prejudicando as lutas conjuntas e diminuindo a força dos trabalhadores. “Sem união e organização não haverá mais conquista para a classe trabalhadora”.
Humberto Marcial Fonseca, advogado e assessor da Fites, lembrou das conquistas da Fites desde a sua criação como o registro sindical e da inserção da categoria sindicatária no Cadastro de Ocupações Brasileiras (COB). Reforçou ainda que uma Federação precisa ser forte e os sindicatos se sentirem representados nela. Disse que a luta pela liberação sindical e o fim do assédio moral devem estar na pauta da Federação e ser bandeira dos sindicatos que a compõe.
Mais uma etapa cumprida pelos sindicatários que agora precisam seguir na luta como categoria organizada e reconhecida. Temos orgulho de contribuir e estar muitas vezes à frente da luta de muitas categorias de trabalhadores, realizando nossos trabalhos nas entidades sindicais. Mas precisamos também ser respeitados e valorizados como trabalhadores que somos.
Todo mudo junto somos mais fortes!