Por João Baptista Herkenhoff.
Vários dias comemorativos acabaram de ocorrer: Dia dos Trabalhadores Domésticos, Dia da Educação, Dia da Juventude Operária Católica (JOC), Dia do Ferroviário.
Reflitamos sobre cada uma dessas datas.
Dia dos Trabalhadores Domésticos. – Há um preconceito contra as pessoas que trabalham nos serviços domésticos, como se esse tipo de ocupação fosse uma capitis diminutio, ou seja, uma atividade que reduz o valor de alguém. O menosprezo a essa categoria de trabalhadores advém, em parte, do fato de que nenhuma proteção legal tinham outrora os profissionais que se dedicavam ao labor dentro das residências. É de todo injusto apor qualquer marca negativa às pessoas que prestam tão relevantes préstimos às famílias.
Dia da Educação. – Não há questão alguma que se sobreponha, em importância, no país, à educação do povo. Não adianta construir estradas, portos, obras públicas em geral, se não se confere absoluta primazia à educação. A educação não é apenas um tema para os dias presentes. A educação é uma aposta e um investimento no futuro. O Dia da Educação é mais que uma data, a ser assinalada no calendário, de maneira fria e protocolar. O Dia da Educação deve provocar debate em todos os municípios brasileiros, em todas as escolas, em todas as casas legislativas, das Câmaras Municipais ao Senado Federal.
Dia da Juventude Operária Católica. – A JOC é um dos mais destacados setores da Ação Católica. Tem sido, através dos tempos, fermento na massa. Embora seja adjetivada como “católica”, a JOC transpõe o território confessional onde brotou. Seu trabalho tem-se espalhado muito além de um credo religioso particular. Muitos líderes do universo laboral receberam, nos tempos juvenis, o batismo da JOC.
Dia do Ferroviário. – Na data dedicada aos ferroviários, relembro um grande líder dessa categoria. Trata-se de Batistinha (Demistóclides Baptista), que foi também líder político, um dos primeiros cassados em 1964. Mantive com ele, colega de turma na Faculdade de Direito, diálogos intermináveis sobre Política, Fé, Brasilidade. Batistinha nunca pensou em si. Não me lembro de pessoa alguma, com a qual cruzei, que tenha sido impulsionada por um ideal de vida tão profundo e consequente. Militante do Partido Comunista Brasileiro, esta bandeira era para ele bandeira de libertação para o povo e para o Brasil.
João Baptista Herkenhoff é Juiz aposentado e escritor.
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