Por Maria Alice de Carvalho.
No último dia 10, os trabalhadores dos Correios deflagraram greve por tempo indeterminado, em luta contra a privatização da estatal e a retirada de direitos históricos conquistados pelos trabalhadores.
A categoria organizou-se através de 36 sindicatos e duas federações, com paralisações que iniciaram mais fortes nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com cerca de 7 mil trabalhadores participando das assembleias. Atualmente, a greve busca atingir todo o país e outras categorias de trabalhadores que já se mostram insatisfeitas com as reformas da previdência e trabalhista e com os cortes na educação.
A adesão dos trabalhadores à greve está forte em diversos estados do país, como no Paraná com 70% de adesão e no Acre onde há cidades, como Feijó e Tarauacá, onde 100% dos serviços já foram paralisados.
No mês de outubro, o governo federal incluiu os Correios no Plano Nacional de Desestatização (PND) e iniciou um estudo para privatização total ou parcial da empresa e de outras estatais, o que impulsionou a deflagração de Greve Geral pelos trabalhadores dos correios. Além disso, a categoria está pressionando a direção da empresa com relação à manutenção de direitos trabalhistas e aos salários no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), em uma nota de chamado à Greve Nacional:
“A direção da ECT e o governo querem reduzir radicalmente salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios. Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro. Jogar no lixo o atendimento a todos os cidadãos, a segurança nacional envolvida nas operações, a integração nacional promovida pelos Correios!
Infelizmente não restou alternativa. Para manter nosso Acordo Coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar. E tem que ser todo mundo junto e unido em cada setor e nacionalmente!
O papel é de cada companheiro e companheira. Se esperar só pelo Sindicato, vai ficar difícil parar todo mundo. Ir aos setores, conversar e convencer cada trabalhador é tarefa de cada um de nós!
Vamos juntos mostrar à direção da ECT e ao Governo Federal que não aceitamos destruição dos nossos direitos, dos nossos empregos e salários, do sustento das nossas famílias!”
Uma Greve Geral Nacional se desenha no país com as mobilizações e deflagrações de greve por tempo indeterminado de diferentes categorias de trabalhadores e da comunidade universitária de algumas universidades federais pelo Brasil.